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Festas de fim de ano exigem cuidados especiais com idosos, alerta especialista

Mudanças na rotina e excesso de estímulos podem gerar estresse em idosos com comorbidades ou comprometimento cognitivo; planejamento familiar é essencial para garantir inclusão segura e acolhedora

Foto: Canva

As festas de fim de ano costumam reunir famílias, reacender memórias e criar uma atmosfera de celebração. No entanto, para muitos idosos, especialmente aqueles com comorbidades ou algum grau de comprometimento cognitivo, esse período pode representar mais estresse do que prazer, devido a mudanças na rotina, excesso de estímulos e ambientes barulhentos.

O planejamento familiar é fundamental para que o idoso seja incluído de forma acolhedora e segura nas confraternizações. Respeitar limites, manter horários habituais e adaptar o ambiente são medidas que ajudam a preservar o bem-estar físico e emocional durante as celebrações.

Segundo especialistas, idosos com doenças crônicas, demência ou outras condições cognitivas podem apresentar sinais de confusão, irritabilidade e cansaço quando expostos a longos períodos de festa, mudanças bruscas de rotina ou excesso de pessoas no mesmo espaço.

Nesta segunda-feira (22), Jota Batista, âncora da Rádio Folha 96,7 FM, conversou, no Canal Saúde, com a terapeuta ocupacional da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia em Pernambuco (SBGG-PE), Genaina Couto. Ela falou sobre os cuidados necessários com idosos durante as festas de fim de ano.

Acompanhe a entrevista através do player abaixo:

Genaina Couto iniciou a conversa alertando para a sensibilidade necessária ao preparar o ambiente da festa, evitando excesso de estímulos que possam incomodar o idoso

“A gente tem que ter muita sensibilidade de como vai estar incluindo o idoso, ver se o local tem uma iluminação, que não esteja muito iluminado, que esteja com muito barulho, porque a gente sabe que esse momento de festa é um momento que a gente chama de múltiplos estímulos.”

Genaina Couto, terapeuta ocupacional

Ao falar sobre estratégias de inclusão, a especialista reforçou que pequenas adaptações fazem grande diferença.

“É importante manter a rotina de sono e alimentação, oferecer um espaço mais tranquilo para descanso e permitir que o idoso participe pelo tempo que se sentir confortável. Inclusão também é respeitar o momento de sair.”

A especialista destacou a importância de adaptar a ceia de forma inclusiva, evitando que a comida restritiva do idoso pareça menos apetitosa que as demais

“Se eu faço um bolo para ele sem açúcar, mas um bolo que não esteja atrativo e coloca um outro cheio de informação que dê mais vontade de comer. Claro que ele vai querer comer o outro, por que não preparar um alimento que seja parecido com o dos outros e que realmente seja atrativo?”

Por fim, Janaína enfatizou a necessidade de respeitar o relógio biológico do idoso, sugerindo que a família antecipe a celebração para se adequar à rotina dele

“Se ele sempre comia e sempre dormia às 21h, o máximo dele é isso. A gente tem que respeitar o horário de refeição e até mesmo a gente orienta para que os filhos cheguem mais cedo, para que aconteça esse momento mais cedo.”

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