Rádio Folha FM exibe radionovela da Perna Cabeluda
Narrativa teatral da Perna Cabeluda no formato de radionovela vai ao ar nesta sexta (13), às 17h, com reprise no domingo, às 11h
Entre as diversas lendas que compõem o folclore do Estado, dificilmente a da Perna Cabeluda é ignorada ou esquecida. Junto da A Emparedada da Rua Nova ou Cumadre Fulôzinha, a Perna Cabeluda povoa o imaginário pernambucano e deu origens a supostos relatos de pessoas que viram ou foram agredidas pelo ser folclórico.
A Rádio Folha 96,7 FM radiofoniza a narrativa, formatada em um texto teatral, e que leva o título "A Perna Cabeluda - O Pânico se Instalou no Recife". O programa vai ao ar nesta sexta-feira (23), às 17h, com reprise no domingo (25) às 11h.
No elenco jornalistas e radialistas da Folha FM dão vida aos personagens atormentados pela Perna. O narrador da história é Neneo de Carvalho; Comissário Bolinha é Jota Ferreira; Sargento Paiva e o Maqueiro Nêgo Fonha ganharam a vida na voz de Jorge Neto; estreando no radioteatro a Produtora da Folha FM, Emília Lucena interpreta a Secretária da Delegacia; o repórter Geraldo Moreira é Ednaldo, a primeira vítima da Perna Cabeluda; Keila Vila Nova é Judite, esposa de Ednaldo; Patrícia Breda, é Betinha, que em um momento de puro terror é “possuída” pelo espírito maligno; Adeildo,
Os relatos variavam. Uns diziam que era um bandido chamado Perna Cabeluda, outros que era um único membro saltando por localidades como a Avenida Guararapes. "A audiência do programa disparou, com mães preocupadas em deixarem seus filhos estudarem", diz o jornalista.
Em plena ditadura militar, órgãos como a Polícia Federal tiveram que intervir pressionados pela opinião pública. "Enquanto a polícia caçava o que acreditavam ser um bandido de carne e osso, eu e Geraldo éramos levados para prestar esclarecimentos. Mas o delegado ria da situação", brinca o apresentador.
Se os mais novos sabem da lenda da Perna Cabeluda, deve-se em parte a Chico Science com a música "Banditismo Por Uma Questão de Classe", presente no álbum "Da Lama ao Caos". O músico foi calouro de um programa de auditório que Jota Ferreira apresentava na década de 1990. "Ele veio me pedir uma fita cassete em que eu noticiava mais um caso de ataque da Perna Cabeluda e cedi sem problema algum, até me tocar que se travava de um documento importante. Pedia de volta, ele sempre esquecia", diz.
Radionovela "A ideia de radiofonizar contos como este é levar literatura para os ouvintes, para que eles visualizem a cena como se estivessem lendo um livro", afirma Marise Rodrigues, gerente da Rádio Folha 96,7 FM e que dá voz a uma das personagens do conto. "Pedimos para Jota Ferreira escrever essa lenda a fim de preservar a história da rádio e do jornalismo pernambucano, além de apresentar para as novas gerações este mito que assombrou gerações", finaliza.

