Riscos na dieta sem glúten?
Pesquisa diz que cortar a proteína aumenta riscos de ter diabetes tipo 2. Nutricionista analisa
A mais recente entre elas vem da universidade de Harvard, nos Estados Unidos, que concluiu o aumento das chances de se desenvolver diabetes tipo 2, caso o glúten seja completamente eliminado, tendo como parâmetro a análise de consumo de 200 mil pessoas.
Segundo a consultora em nutrição da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), Wanderli Marchiori, antes de qualquer julgamento em torno dessa pesquisa, é preciso entender mais do assunto, até porque não se trata de uma definição global e, sim, do resultado dentro de um grupo de estudo.
“De um modo geral, é importante lembrar que a dieta sem glúten é indicada para quem sofre de doença celíaca. Sendo assim, para haver o risco de diabetes, deve-se levar em conta questões como genética, se a pessoa tem pré-disposição a desenvolvê-la ou não, pois são duas doenças autoimunes”, diz a especialista, ainda lembrando que a diabetes tipo 2 ocorre quando a pessoa desenvolve resistência à insulina, hormônio que controla os níveis de glicose no sangue.
A justificativa na pesquisa é que, ao restringir o glúten, consome-se menos fibras. E essa fibra, quando aproveitada de forma adequada, faz com que o carboidrato seja absorvido de maneira apropriada pelo corpo. Certamente, um tema que ainda terá muito pano para a manga. Ainda segundo a nutricionista, polêmicas à parte, vale mesmo observar quais hábitos alimentares o indivíduo tem ao longo da vida.
“Se já existe uma tendência para diabetes e uma falta de controle em relação à comida, seja ingerindo glúten ou não”, completa. A sugestão passa sempre pelo equilíbrio, com o consumo correto de frutas, verduras e legumes. Vale café da manhã balanceado com a presença frequente do ovo, que ajuda a equilibrar a produção de insulina. A média é de, pelo menos, 12 por semana.

