Arco Metropolitano: "A gente entrega transformação na economia de Pernambuco", diz Guilherme Cavalcanti
Secretário de Desenvolvimento Econômico prevê novo ciclo de crescimento, semelhante ao da duplicação da BR-232
A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), autoriza, na sexta-feira (12), o início das obras do Arco Viário Metropolitano, corredor estratégico que ligará a BR-232, em Moreno, ao entroncamento com a BR-101, no Cabo de Santo Agostinho.
Serão investidos R$ 632 milhões na obra, que terá 25,32 quilômetros de extensão. O trecho deve facilitar a circulação viária da Região Metropolitana do Recife e desafogar a BR-101.
Há pelo menos dez anos, o secretário de Desenvolvimento Econômico do estado, Guilherme Cavalcanti, acompanha de perto as discussões sobre a obra, uma das mais importantes das últimas décadas.
"Acho razoável a gente prever um novo ciclo de crescimento, muito semelhante ao que ocorreu após a duplicação do BR-232", compara, considerando os avanços durante o governo de Jarbas Vasconcelos, em 2000, no trecho que liga o Recife a Caruaru, no Agreste.
O secretário aposta que a obra vai transformar a vida econômica de Pernambuco. "As empresas vão voltar a olhar para o estado como eixo em torno do qual gira a economia do Nordeste", ressalta Guilherme Cavalcanti.
Reconhece que ainda existe muita estrada pela frente quando o debate envolve a ampliação do trecho do arco, especialmente pela polêmica em torno da questão ambiental.
"Mas acredito que a gente ainda vai ter uma discussão pública sobre esse tema, antes de cravar o traçado definitivo", aponta o secretário.
Guilherme Cavalcanti enfatiza a importância da participação do governo federal, diz que a União tem a oportunidade de salvar uma dívida com o estado e que, caso a União não cumpra o prometido, Pernambuco terá capacidade de captar mais recursos e ampliar o arco.
"É uma dívida histórica com Pernambuco, uma dívida que nos foi retirada na ferrovia (Transnordestina), para ser paga, em tese, na rodovia. A gente quer a ferrovia e a gente quer a rodovia", observa o secretário, que por questões pessoais não estará na agenda, prevista para as 10h30, no km 27 da BR-232, em Moreno.
Veja abaixo trechos da entrevista com o secretário Guilherme Cavalcanti
Conexão
O Arco metropolitano é a obra estruturante mais relevante dos últimos 20 anos. A gente teve lá atrás, no início do século, a privatização da Celpe e um investimento muito grande na duplicação da BR-232. Aquilo transformou a economia do Estado, fez chegar mais para dentro do Agreste uma economia que estava toda concentrada na Região Metropolitana. O arco agora ressurge a possibilidade de a gente conectar o Litoral Norte e o Litoral Sul de forma fluida. Ele faz com que o cidadão do Recife, da Região Metropolitana, não precise conviver no dia a dia com a entrada e saída de caminhão que tem um fluxo de produção, direto para o porto de Suape, ou até mesmo direto para o Porto do Recife, podendo agora ir direto da 232 para o Porto de Suape.
Fluidez
A gente tem um 90% dos fluxos de caminhões. Imagine o que é o Recife sem esse fluxo. Além disso, a gente está cumprindo agora da BR-101 Sul até a BR-232, cortando por Moreno (município do Grande Recife). Mas vamos chegar na BR-408 e no futuro da 408 a BR-101 Norte. Isso vai trazer para o cidadão e principalmente para a economia uma fluidez muito maior. No fim da década de 1990, início dos anos 2000, Pernambuco já era o eixo logístico do Nordeste. Toda a BR-101 foi duplicada de Fortaleza até Salvador, menos o trecho daqui de Pernambuco, que foi conurbado e passou a ter viaduto, semáforo, travessia de pedestre.
A gente tem um 90% dos fluxos de caminhões. Imagine o que é o Recife sem esse fluxo. Além disso, a gente está cumprindo agora da BR-101 Sul até a BR-232, cortando por Moreno (município do Grande Recife). Mas vamos chegar na BR-408 e no futuro da 408 a BR-101 Norte. Isso vai trazer para o cidadão e principalmente para a economia uma fluidez muito maior. No fim da década de 1990, início dos anos 2000, Pernambuco já era o eixo logístico do Nordeste. Toda a BR-101 foi duplicada de Fortaleza até Salvador, menos o trecho daqui de Pernambuco, que foi conurbado e passou a ter viaduto, semáforo, travessia de pedestre.
Perdas e ganhos
O que aconteceu com Pernambuco? A pessoa se planeja para fazer Salvador-Recife, Recife-Salvador, ou Fortaleza-Recife, Recife-Fortaleza, mas não se planeja para entrar mais na cidade, porque a perda do ponto de vista logístico, com combustível, horário de ônibus, de caminhão é muito grande. o Arco Metropolitano devolve essa fluidez no eixo que vai de Fortaleza a Salvador e viabiliza com que a Região Metropolitana do Recife e os municípios do Agreste possam estar com a nova centralidade fluida de veículos. Isso impacta diretamente no trânsito de pessoas e no trânsito de mercadorias. Pernambuco, que já tem a base principal, que são dois portos - um de águas profundas, abrigado, isolado no complexo de Suape, e o outro, um porto urbano, como é boa parte dos portos do Brasil - começa agora a se articular através de uma malha rodoviária, que faz com que as empresas de central de distribuição, as empresas de indústria voltem a olhar para o estado como sendo o eixo em torno do qual gira a economia do Nordeste.
O que aconteceu com Pernambuco? A pessoa se planeja para fazer Salvador-Recife, Recife-Salvador, ou Fortaleza-Recife, Recife-Fortaleza, mas não se planeja para entrar mais na cidade, porque a perda do ponto de vista logístico, com combustível, horário de ônibus, de caminhão é muito grande. o Arco Metropolitano devolve essa fluidez no eixo que vai de Fortaleza a Salvador e viabiliza com que a Região Metropolitana do Recife e os municípios do Agreste possam estar com a nova centralidade fluida de veículos. Isso impacta diretamente no trânsito de pessoas e no trânsito de mercadorias. Pernambuco, que já tem a base principal, que são dois portos - um de águas profundas, abrigado, isolado no complexo de Suape, e o outro, um porto urbano, como é boa parte dos portos do Brasil - começa agora a se articular através de uma malha rodoviária, que faz com que as empresas de central de distribuição, as empresas de indústria voltem a olhar para o estado como sendo o eixo em torno do qual gira a economia do Nordeste.
Ciclo de crescimento
Acho razoável a gente prever um novo ciclo de crescimento, muito semelhante ao que ocorreu após a duplicação do BR-232 e ali a gente tinha feito também a abertura do molhe para o porto interno de Suape, fim da década de 1990 e início dos anos 2000. Vamos viver um ciclo de crescimento proporcional. Os números mudaram, majoraram, cresceram, o Estado cresceu, mesmo tendo tido todas essas dificuldades, mas a gente deve viver um ciclo positivo semelhante àquele que sucedeu à privatização da Celpe e à duplicação da BR-232. Estamos num momento em que o Estado volta a ter capacidade de investimento em recursos hídricos, com o recurso da outorga que vai sair agora, dia 18 da Compesa. Nós vamos ter uma companhia de água recebendo investimento num volume sem precedente.Isso impacta a capacidade do Estado de realizar, impacta a percepção do privado de que a oportunidade é positiva. Não gosto de botar número porque a gente vai para o campo da adivinhação, mas será um ciclo virtuoso, semelhante ao que vivemos após a privatização da Celpe e a duplicação da BR-232.
Acho razoável a gente prever um novo ciclo de crescimento, muito semelhante ao que ocorreu após a duplicação do BR-232 e ali a gente tinha feito também a abertura do molhe para o porto interno de Suape, fim da década de 1990 e início dos anos 2000. Vamos viver um ciclo de crescimento proporcional. Os números mudaram, majoraram, cresceram, o Estado cresceu, mesmo tendo tido todas essas dificuldades, mas a gente deve viver um ciclo positivo semelhante àquele que sucedeu à privatização da Celpe e à duplicação da BR-232. Estamos num momento em que o Estado volta a ter capacidade de investimento em recursos hídricos, com o recurso da outorga que vai sair agora, dia 18 da Compesa. Nós vamos ter uma companhia de água recebendo investimento num volume sem precedente.Isso impacta a capacidade do Estado de realizar, impacta a percepção do privado de que a oportunidade é positiva. Não gosto de botar número porque a gente vai para o campo da adivinhação, mas será um ciclo virtuoso, semelhante ao que vivemos após a privatização da Celpe e a duplicação da BR-232.
Concepção e redesenho
Do ponto de vista de concepção, já no final da década de 1990, existia um estudo chamado Plano Logístico de Pernambuco, que previa não só a ferrovia ligando Suape até a Norte-Sul, com necessidade de um contorno metropolitano. Ele está no mapa há 25 anos. O Arco Metropolitano entra na pauta de Pernambuco com esse nome, com esse desenho que se põe aí, mais ou menos em 2007. E o plano de realizá-lo, entre 2010 e 2012. Quando a governadora Raquel Lyra assume o governo, a gente pega projetos de engenharia desatualizados, sem recursos e sem principalmente engenharia e vontade de fazer. A governadora atualizou projetos, faseou de tal forma que conseguimos financiar com a capacidade do Estado. Nosso Estado tem baixo endividamento, a gente tem margem para tomar mais empréstimo. e emprestimo a gente toma para antecipar futuro. É assim também no setor privado.
Do ponto de vista de concepção, já no final da década de 1990, existia um estudo chamado Plano Logístico de Pernambuco, que previa não só a ferrovia ligando Suape até a Norte-Sul, com necessidade de um contorno metropolitano. Ele está no mapa há 25 anos. O Arco Metropolitano entra na pauta de Pernambuco com esse nome, com esse desenho que se põe aí, mais ou menos em 2007. E o plano de realizá-lo, entre 2010 e 2012. Quando a governadora Raquel Lyra assume o governo, a gente pega projetos de engenharia desatualizados, sem recursos e sem principalmente engenharia e vontade de fazer. A governadora atualizou projetos, faseou de tal forma que conseguimos financiar com a capacidade do Estado. Nosso Estado tem baixo endividamento, a gente tem margem para tomar mais empréstimo. e emprestimo a gente toma para antecipar futuro. É assim também no setor privado.
Cautelares
Quando assumimos, pegamos o projeto com duas cautelares do Tribunal de Contas, uma contra o trecho norte, por causa do debate sobre a questão ambiental, e uma cautelar do trecho sul, em função do que havia cautelado o trecho norte. A decisão dela foi não fazer o trecho sul sem antes ter a certeza do trecho norte. O que a governadora Raquel Lyra fez foi fundamental. Ela defendeu a viabilidade logística e o valor de entrega à sociedade e à malha logística econômica e de transporte de passageiros, já conectando apenas a BR-232 ao porto. E também já conectando apenas a BR-408 à BR-232 e naturalmente ao porto.
Quando assumimos, pegamos o projeto com duas cautelares do Tribunal de Contas, uma contra o trecho norte, por causa do debate sobre a questão ambiental, e uma cautelar do trecho sul, em função do que havia cautelado o trecho norte. A decisão dela foi não fazer o trecho sul sem antes ter a certeza do trecho norte. O que a governadora Raquel Lyra fez foi fundamental. Ela defendeu a viabilidade logística e o valor de entrega à sociedade e à malha logística econômica e de transporte de passageiros, já conectando apenas a BR-232 ao porto. E também já conectando apenas a BR-408 à BR-232 e naturalmente ao porto.
Área onde será realizado um trecho do arco. Foto: Alfeu Tavares/Folha de PernambucoObstáculos
O trecho norte da BR-408, antes de Goiana (na Mata Norte) e pouco depois de Igarassu (no Grande Recife), ainda precisa ser resolvido do ponto de vista conceitual. Contudo, os fundamentos para a estrada passar por onde ela está originalmente desenhada são muito robustos. O impacto ambiental de um eventual contorno da mata do Ciminic (Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti, em Paudalho) é mais prejudicial do que uma obra bem construída, com estratégias de travessia da biodiversidade, com estratégias de proteção do fluxo. Uma estrada bem construída que assegure essas infraestruturas ambientais integradas é mais viável do ponto de vista econômico e mais segura do ponto de vista ambiental. Mas acredito que a gente ainda vai ter uma discussão pública sobre esse tema, antes de cravar o traçado definitivo.
Estratégia
A governadora defendeu os trechos em separado junto ao Tribunal de Contas, junto aos órgãos financiadores, para poder levantar o recurso, junto ao Ministério de Transportes. E é com base nisso que a gente está conseguindo viver o dia de hoje: dá ordem de serviço e fazer essa obra acontecer. A governadora usou o que há de mais sofisticado do ponto de vista dos instrumentos na análise privada de viabilidade do empreendimento, para poder levantar o recurso, tomar empréstimo e construir essa obra, que vai mudar a cara da economia de Pernambuco.
A governadora defendeu os trechos em separado junto ao Tribunal de Contas, junto aos órgãos financiadores, para poder levantar o recurso, junto ao Ministério de Transportes. E é com base nisso que a gente está conseguindo viver o dia de hoje: dá ordem de serviço e fazer essa obra acontecer. A governadora usou o que há de mais sofisticado do ponto de vista dos instrumentos na análise privada de viabilidade do empreendimento, para poder levantar o recurso, tomar empréstimo e construir essa obra, que vai mudar a cara da economia de Pernambuco.
Metas e prazos
Uma meta razoável e importante para Pernambuco é que a gente esteja com essa obra do trecho sul de Moreno ao Cabo, de Cabo a Moreno, a todo vapor no começo do ano que vem, e o trecho que vai da BR-232 até a BR-408, licitado e contratado ainda no primeiro semestre. Se a gente faz isso, independentemente de ser uma obra de 12 meses, 14 meses ou 11 meses, o mais importante é que ela tenha um horizonte de conclusão. É uma obra que está sendo licitada com dinheiro em caixa. Se vai ficar pronta, se vai ter canteiro de obra para bater foto, se a gente corta a fita em dez meses, em nove meses, em 11 meses, é menos relevante do que o que a gente está conseguindo construir agora. Vamos deixar uma obra, um projeto de alto nível, com a licitação bem feita, bem contratada, com dinheiro em caixa para fazer e com capacidade de realizar. A gente está entregando transformação na vida da economia de Pernambuco. E é isso que a gente está lutando para fazer.
Uma meta razoável e importante para Pernambuco é que a gente esteja com essa obra do trecho sul de Moreno ao Cabo, de Cabo a Moreno, a todo vapor no começo do ano que vem, e o trecho que vai da BR-232 até a BR-408, licitado e contratado ainda no primeiro semestre. Se a gente faz isso, independentemente de ser uma obra de 12 meses, 14 meses ou 11 meses, o mais importante é que ela tenha um horizonte de conclusão. É uma obra que está sendo licitada com dinheiro em caixa. Se vai ficar pronta, se vai ter canteiro de obra para bater foto, se a gente corta a fita em dez meses, em nove meses, em 11 meses, é menos relevante do que o que a gente está conseguindo construir agora. Vamos deixar uma obra, um projeto de alto nível, com a licitação bem feita, bem contratada, com dinheiro em caixa para fazer e com capacidade de realizar. A gente está entregando transformação na vida da economia de Pernambuco. E é isso que a gente está lutando para fazer.
Dívida histórica
É importante que o governo federal esteja perto da gente nesse momento. Essa é uma obra assegurada publicamente pelo ministro Renan Filho (Transportes), ainda no começo da gestão, em 2023, de que o trecho Moreno-BR-408 seria feito com recursos federais. Ele colocou no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). A governadora cobra nesse sentido. A gente também pode fazer a obra, alavancar novos recursos de empréstimo e realizar. Hoje o governo Raquel Lyra dá provas de que tem condições e que sabe fazer. O governo federal participando ajuda muito. É uma dívida histórica com Pernambuco, uma dívida que nos foi retirada na ferrovia (Transnordestina), para ser paga, em tese, na rodovia. A gente quer a ferrovia e a gente quer a rodovia, conforme prometido no início de 2023. A gente confia muito na capacidade política da governadora de articular essas linhas todas.
É importante que o governo federal esteja perto da gente nesse momento. Essa é uma obra assegurada publicamente pelo ministro Renan Filho (Transportes), ainda no começo da gestão, em 2023, de que o trecho Moreno-BR-408 seria feito com recursos federais. Ele colocou no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). A governadora cobra nesse sentido. A gente também pode fazer a obra, alavancar novos recursos de empréstimo e realizar. Hoje o governo Raquel Lyra dá provas de que tem condições e que sabe fazer. O governo federal participando ajuda muito. É uma dívida histórica com Pernambuco, uma dívida que nos foi retirada na ferrovia (Transnordestina), para ser paga, em tese, na rodovia. A gente quer a ferrovia e a gente quer a rodovia, conforme prometido no início de 2023. A gente confia muito na capacidade política da governadora de articular essas linhas todas.



