“Quem está no poder deve arcar tanto com os sucessos, quanto com os insucessos”, dispara Antonio
Parlamentar diz que não há justificativas para atrasos em investimentos
Em resposta às justificativas da governadora Raquel Lyra (PSD) sobre o tempo dedicado a “arrumar a casa” antes de investir em áreas como Saúde, Educação e Segurança, o deputado estadual Antonio Coelho (UB) não hesitou: “Não, eu não consigo dar esse desconto”.
Para ele, quem assume a responsabilidade de governar deve ser cobrado pelos resultados positivos ou negativos desde o início da administração.
“Quem está no poder deve arcar tanto com os sucessos, quanto os insucessos de Pernambuco”, destacou Coelho.
As declarações foram dadas em entrevista concedidas a Rádio Folha 96,7, realizada na manhã desta quarta-feira (14).
Conselho de Noronha na Casa
Coelho também não deixou passar batida a visita do Conselho Distrital da Ilha de Fernando de Noronha a Assembleia Legislativa de Pernambuco. Ontem (13), o presidente do colegiado, Milton Cunha, acompanhado da líder do Governo na Casa, deputada Socorro Pimentel (União), foi ao plenário distribuir ofícios aos parlamentares, como tentativa de cobrar a celeridade da sabatina que garante o administrador do arquipélago.
O deputado considerou a atitude “infantil e imatura”, além de ter avaliado o movimento uma forma de constrangimento.
“Você levar uma pessoa sem ser um parlamentar, sem estar devidamente comunicado, sem ter autorização da Casa para entrar no plenário, para fazer uma tentativa de constrangimento, não só aos deputados, mas principalmente ao presidente Álvaro Porto, onde ele mal acaba seu discurso, uma pessoa já chega lá oficiando... isso me pareceu uma atitude infantil, imatura, e que, com certeza, não agrega ao bom debate, ao respeito dos Poderes do Executivo e o Legislativo”, disse.
“Gestão que mais usa regime de urgência”
Questionado sobre uma possível articulação da oposição para protelar pautas do Governo, como o pedido de empréstimo de R$ 1,5 bilhão e a própria sabatina de Noronha, o deputado estadual negou qualquer tentativa de obstrução. Ele ainda argumentou como a gestão Raquel Lyra tem recorrido com frequência ao regime de urgência, inclusive, “tendo abusado desse dispositivo constitucional”.
“Para se ter uma ideia, a gestão anterior, a gestão Paulo Câmara, tinha uma média de 62% dos projetos de lei em regime de urgência. No ano passado, o governo Raquel Lyra utilizou essa ferramenta para 92% dos seus projetos de lei. Esse ano, 100%, todos os projetos que a governadora enviou para a Assembleia foram em regime de urgência”, alegou.
Para Coelho, o dispositivo está sendo utilizado em demasia, o que, segundo ele, tem congestionado o trabalho das comissões.



