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Rudá Ricci aposta em João Campos como sucessor de Lula e nome da esquerda para disputa presidencial

Sociólogo avalia que o futuro da centro-esquerda em 2030 passa por Pernambuco 

Cientista politico Rudá RicciCientista politico Rudá Ricci - Foto: Reprodução

Em meio às incertezas sobre quem poderá suceder o presidente Lula nas eleições presidenciais de 2030, o sociólogo e cientista político Rudá Ricci afirmou que o prefeito do Recife, João Campos (PSB), desponta como um sucessor inevitável da esquerda no cenário nacional. A análise foi feita nesta segunda-feira (20) durante entrevista à Rádio Folha FM 96,7.

O especialista citou que se o prefeito da capital pernambucana continuar se projetando, o presidente deve levá-lo para o Partidos dos Trabalhadores antes das eleições de 2030. 

Para ele, Lula vai tentar se aproximar e vai tentar avançar sobre o PSB, que já tem o vice-presidente com ele, Alckmin.

“Seria algo muito estranho se Lula não percebesse que o futuro da centro-esquerda passa por Pernambuco”. 

O foco para 2030, segundo o professor, será construir musculatura para a possível candidatura presidencial do atual prefeito e possível candidato ao governo do estado para 2026. Já que, a projeção nacional que já vem sendo articulada pelo gestor, deverá se expandir para que ele não vire um “candidato do Nordeste”. 

Segundo Rudá Ricci, o movimento de Lula em relação ao prefeito do Recife pode repetir o que vem acontecendo com Guilherme Boulos (PSOL), que se aproxima cada vez mais do governo federal. A indicação de Boulos para a Secretaria-Geral da Presidência, discutida desde o início do ano, deverá ser oficializada nos próximos dias.

Relação com aliados

Para o sociólogo, essa estratégia reflete uma marca do partido e do próprio presidente Lula, de aproximar aliados e trazê-los ao executivo, priorizando o fortalecimento da presidência e não uma articulação mais ampla com o Congresso Nacional.

Ricci observa que essa postura tem impactos diretos na relação entre os poderes.

“Você pode ver, ele vive falando ‘vamos voltar para deputado’ mas ele não faz campanha pro parlamento. O PT é todo focado, principalmente, na presidência da República. Então os nomes fortes do PT são quase sempre do executivo”, afirmou. 

Executivo e Legislativo

Essa dinâmica, segundo o cientista político, explica a dificuldade de Lula em consolidar uma base parlamentar estável.

“Não vai melhorar. O PT continua apostando no Executivo, enquanto quem joga mais peso no Parlamento é o centrão, que atua de forma fragmentada e regional. Ainda vai correr muita água por debaixo da ponte até a próxima eleição”, concluiu.

Confira a entrevista completa:

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