Pesquisa indica que cães podem detectar a doença de Parkinson através do olfato
A identificação pode prever o desenvolvimento da doença através de um diagnóstico precoce
Pesquisadores das Universidades de Bristol e Manchester, na Inglaterra, realizaram um estudo para observar a identificação de biomarcadores da doença de Parkinson por cães.
O estudo foi publicado no periódico científico The Journal of Parkinson's Disease no dia 15 de julho de 2025.
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A tese, que já passou por investigação em alguns outros estudos, foi testada com o uso de dois cães e 100 amostras de suor de pessoas com e sem a doença.
"Os cães identificaram corretamente 70% e 80% das amostras de Parkinson e ignoraram corretamente 90% e 98% das amostras que não foram tiradas de pessoas com a doença", diz a pesquisa.
Atualmente, não existe um exame específico ou teste laboratorial que diagnostique definitivamente a doença de Parkinson. Para identificar a doença são realizadas avaliações clínicas e neurológicas que, somadas, apresentam as características que definem a doença.
"Acredito que os cães podem nos ajudar a desenvolver um método rápido, não invasivo e econômico para identificar pacientes com doença de Parkinson", disse Nicola Rooney, professora associada da Escola Veterinária de Bristol da Universidade de Bristol e autora principal do estudo.

Segundo os pesquisadores que lideraram o estudo, compreender as mudanças biológicas que ocorrem no corpo, como a presença de biomarcadores liberados pelo corpo através do suor, pode auxiliar no diagnóstico precoce.
"Um sintoma não motor precoce é a dermatite seborreica: excesso de sebo (um biofluido ceroso e oleoso) excretado pelas glândulas sebáceas em pacientes. Isso está associado à desregulação lipídica e poderia ser potencialmente usado como um identificador da doença. Foi observado que o sebo tem um odor característico", explica o estudo.
Por já terem sido utilizados para identificar doenças como câncer, malária e até Covid-19, os cães foram escolhidos para ajudar a identificar mais essa enfermidade.
Para esse estudo, foram utilizados um Golden Retriever, Bumper, e um Labrador Preto, Peanut. Eles apresentaram maior sensibilidade olfativa com relação a um grupo de animais que foi selecionado com base na sua capacidade de identificação de odores.
Os animais foram treinados com amostras de pessoas com a doença para que o estudo fosse realizado após a "capacitação" dos animais. Ao longo de várias semanas, eles foram apresentados a mais de 200 amostras de odores de indivíduos com teste positivo para Parkinson e amostras de controle de pessoas sem a doença.
Na execução da pesquisa, as 100 amostras, 60 de pessoas com doença de Parkinson e 40 de pessoas sem a doença, foram sorteadas por um teste duplo-cego, onde apenas o computador tem registro de quais são as amostras corretas.



