"Adoro apurar notícia", diz César Tralli, novo apresentador do Jornal Nacional; confira a trajetória
Jornalista foi repórter e apresentador em São Paulo e correspondente em Londres
A partir de 3 de novembro, César Tralli entra na casa dos brasileiros em novo horário. O jornalista deixa a apresentação do Jornal Hoje e passa a fazer companhia a Renata Vasconcellos na bancada do Jornal Nacional, no lugar de William Bonner, que vai para o Globo Repórter em 2026.
O anúncio feito pelo TV Globo nesta segunda-feira. No programa vespertino entra Roberto Kovalick, que será substituído no Hora Um por Tiago Scheuer.
— O trabalho de repórter está dentro de mim, adoro apurar notícia — disse Tralli, num almoço para imprensa na sede da emissora no Rio.
Nascido em São Paulo em 1970, Tralli começou a carreira jornalística na mídia impressa, na Gazeta Esportiva. Depois, decolou na Rádio Jovem Pan, dando dicas de trânsito a bordo de um helicóptero.
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No início dos anos 1990, trabalhou ainda no "Aqui agora", do SBT, e "Florida on line", da Record. O contrato com a Globo veio apenas em 1993, para o programa São Paulo Já. Nessa época, participou pra primeira grande cobertura: o enterro do piloto Ayrton Senna, em maio de 1994.
Já em 1995, o paulistano, que dominava o inglês, tendo recebido bolsas de estudo em Londres e dado aula do idioma para ajudar a família, conseguiu o cobiçado posto de correspondente na capital britânica.
A ideia era substituir Silio Boccanera, num período de dois anos. Acabou ficando cinco e fazendo matérias históricas: a cobertura do assassinato do primeiro-ministro de Israel Yitzhak Rabin, tão logo chegou na Europa, em 1995; os dez anos do acidente nuclear de Chernobyl, em 1996; a morte da princesa Diana, em 1997; a guerra de Kosovo, no fim da década de 1990, entre outros.
Outra importante cobertura internacional de Tralli foi em Nova York, na época da queda das Torrês Gêmeas, em 2001. Na época, ele já havia retornado ao Brasil, mas foi deslocado para a cobertura em solo americano dois duas depois dos atentados.
“Eu me lembro de que, dentro do avião, um Boeing desses gigantes, de passageiros, só havia o nosso cinegrafista, eu e um fotógrafo da Folha de São Paulo", contou Tralli ao Memória Globo. "O avião estava absolutamente vazio”.
No início dos anos 2000, Tralli especializou-se em reportagens de crimes de corrupção no Brasil. Esteve nas coberturas das prisões de Nicolau dos Santos Neto, o primeiro juiz cassado e preso por desvio de obras no Tribunal Regional do Trabalho, e do contrabandista chinês Law Kim Chong.
O jornalista também reportou sobre casos que chocaram o Brasil: o assassinato do casal Manfred e Marísia Von Richthofen, em 2002, executados pelos irmãs Daniel e Cristian Cravinhos a mando de Suzane, filha Von Richthofen.
Depois, em 2008, foi a vez de cobrir a morte da menina Isabella Nardoni, de 5 anos, assassinada, segundo a Justiça, pelo pai, Alexandre, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá.
Também em 2008, o caso da estudante Eloá, sequestrada e morta pelo ex-namorado Lindemberg Alves Fernandes, também foi marcante na carreira do repórter.
Sua apuração e matérias exibidas no JN derrubaram a tese da polícia de que houve um disparo antes da invasão policial no apartamento onde a jovem e a amiga, Nayara, foram mantidas reféns. Tralli e o JN foram finalistas do Emmy em 2009 por causa desse trabalho.
Nas bancadas
César Tralli saiu do trabalho da rua para se concentrar na lida de estúdios em 2011, quando assumiu, em definitivo, a apresentação do SPTV1. Um dos momentos mais marcantes dele no telejornal local foi em 2012, quando o Corinthians estava disputando o Mundial de Clubes no Japão. Ele foi para o outro lado do mundo apresentar o programa de lá, ao vivo.
Em 2021, ele recebeu o convite de comandar o Jornal Hoje no lugar de Maju Coutinho, realocada no Fantástico, onde faz dupla com Poliana Abritta todo domingo.

