Sáb, 06 de Dezembro

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Cinema

"Ainda me sinto como o Happy Gilmore", diz Adam Sandler, de volta a um de seus primeiros sucessos

Sequência da comédia de 1996, 'Um maluco no golfe 2' estreia nesta sexta-feira (25) na Netflix e traz o icônico personagem mais velho e enfrentando problemas para criar os filhos

Adam Sandler em cena do novo filme da Netflix "Um maluco no golfe 2"Adam Sandler em cena do novo filme da Netflix "Um maluco no golfe 2" - Foto: Divulgação / Netflix

Quase 30 anos após um de seus primeiros sucessos no cinema, Adam Sandler volta ao icônico personagem Happy Gilmore em "Um maluco no golfe 2", que estreia na Netflix nesta sexta-feira (25).

Na sequência do longa de 1996, o aspirante a jogador de hóquei arruaceiro que se descobre no golfe torna-se um dos maiores campeões do esporte, mas enfrenta um revés após a morte de sua mulher (Julie Bowen, de "Modern Family", que volta ao papel de Virginia Venit).

Desiludido e com cinco filhos para criar sozinho, ele aposenta seus tacos por anos, até precisar de dinheiro para pagar um curso de balé em Paris para sua filha, Vienna (interpretada por Sunny Sandler, filha do ator).

Na volta aos campos, ele reencontra antigos adversários, como Shooter McGavin (novamente interpretado por Christopher McDonald), e novos oponentes, a exemplo do novo campeão Billy Jenkins ( Haley Joel Osment, de "O sexto sentido") e Frank Manatee (Benny Safdie, de "Oppenheimer"), criador de uma variação modernizada do golfe.

Também retomam seus papeis na sequência o diretor da comédia original, Dennis Dugan, como o comissário do circuito profissional de golfe Doug Thompson, e outro astro do humor dos anos 1990, Ben Stiller, que vive novamente Hal L — no primeiro longa, ele era o enfermeiro da casa de repouso onde Gilmore deixa sua avó, e agora reaparece como um conselheiro do programa dos Alcoólicos Anônimos.

Como no filme original, a sequência é recheada de participações especiais, a exemplo de Margaret Qualley ("A substância"), os rappers Bad Bunny, Eminem, Post Malone e Cam'ron, o jogador de futebol americano Travis Kelce e as lendas do golfe Jack Nicklaus, John Daly e Lee Trevino.

— Eu ainda me sinto como o Happy Gilmore, nunca deixei isso pra trás. — conta Sandler em entrevista em grupo por vídeo ao GLOBO. — Achamos que faria sentido ele ter uma vida, um casamento, filhos, e passar por altos e baixos com a família. Foi interessante vê-lo passando por um momento difícil, e toda a família tendo que lidar com isso. Pensei que era algo com que as pessoas poderiam se identificar, como um cara mais velho lidando com a vida e com a dor. Mas, claro, de uma forma engraçada, como comédia.

Julie Bowen, que aparece ao longo do filme nos pensamentos de Gilmore, como uma inspiração, opina sobre a transformação do personagem.

— É um filme muito intenso. E vou fazer uma afirmação ousada: acho que provavelmente você se sente mais próximo de Happy Gilmore do que da maioria dos outros personagens que já interpretou — diz a atriz a Sandler, que responde se identificar com os "50% não psicopata" do personagem. — Bom, esse é o Happy — diverte-se Julie.

Diretor de "Um maluco no golfe 2", Kyle Newacheck dirigiu Sandler antes em "Mistério no Mediterrâneo" (2020), outra produção original da Netflix na qual o comediante contracena com Jennifer Aniston, e que se tornou um dos títulos mais populares do catálogo da plataforma de streaming nos EUA. Agora, ele teve a chance de dirigi-lo ao lado de Ben Stiller.

— Foi uma oportunidade única na vida. Ver Adam e Ben contracenando e fazer parte disso foi totalmente surreal para mim. São artistas que realmente me ensinaram o que é humor, e fazer uma comédia com eles é uma sensação incrível - comenta Newacheck.

— Me diverti muito fazendo o filme anterior ("Mistério no Mediterrâneo"). Fizemos sucesso, mas quando se sai de um projeto você não sabe se vai trabalhar com aquela pessoa novamente. Então, quando Adam me chamou, fiquei feliz por podermos fazer algo tão grande e significativo.

A sequência retoma também o humor dos anos 1990, mais físico e violento, e uma boa dose de incorreção política nas piadas. Mas para o diretor, a adaptação do humor para os tempos atuais não foi uma questão que pesou para trazer Happy Gilmore de volta.

— Ninguém está tentando ferir os sentimentos dos outros, tentamos incluir todos nas risadas. Nem acho que a comédia dos anos 1990 seja tão politicamente incorreta assim, é mais uma questão de colocar a piada em primeiro lugar — avalia Newacheck.

— Existe uma forma de contar uma piada sobre qualquer assunto que não atinja ninguém envolvido. Mas perdemos isso de vista, não sei por quê. Às vezes, quando estávamos apenas tentando fazer piadas gerais, parecia ser uma decisão ousada. E não deveria ser assim, deveria parecer só que estávamos fazendo uma comédia, como nós fizemos. Hoje vejo que, se um comediante vai longe demais e magoa alguém, há um movimento de simplesmente dobrar a aposta. Mas não há problema nenhum em se desculpar e tentar aprimorar a piada da próxima vez.

Sandler corrobora o diretor, dizendo que estavam atentos a essas questões, mas que o filme também levanta outros aspectos para o público.

— Estamos conscientes de que as pessoas estão se divertindo e não queríamos fazer nada que as faça dizer: "Espere um pouco, você não pode fazer isso". Mas o objetivo era apenas fazer com que as pessoas se identificassem com um cara da nossa idade, lidando com a juventude e com a falta dessa juventude — reforça o ator de 58 anos.

— É sobre tentar vencer, superar grandes obstáculos. Essa é a história do azarão, é isso que ele faz muito bem.

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