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PRISÃO

Apesar da condenação no Irã, o cineasta Jafar Panahi afirma que voltará ao país

O diretor Jafar Panahi foi condenado a um ano de prisão por "atividades de propaganda"

Jafar Panahi está em uma turnê internacional para promover seu filme "Foi Apenas um Acidente" Jafar Panahi está em uma turnê internacional para promover seu filme "Foi Apenas um Acidente"  - Foto: Michael loccisano /Getty Images via AFP

O cineasta iraniano Jafar Panahi, vencedor da Palma de Ouro em Cannes e recentemente condenado à prisão no Irã por "atividades de propaganda", afirmou nesta quinta-feira (4) que pretende voltar ao país quando concluir sua turnê internacional pelos Oscars.

"Embora tenha tido a oportunidade, mesmo nos anos mais difíceis, nunca pensei em deixar meu país para ser um refugiado", disse o diretor de "Foi Apenas um Acidente" durante o Festival Internacional de Cinema de Marrakech, em declarações publicadas pela Variety.

"Só tenho um passaporte", acrescentou em farsi, traduzido para o inglês. "É o passaporte do meu país e pretendo mantê-lo".

A Justiça lhe impôs um ano de prisão, além de uma proibição de viajar por dois anos e de aderir a qualquer grupo político ou social, informou na segunda-feira seu advogado, Mostafa Nili, que afirmou que recorrerá.

"O país onde vivemos é o melhor lugar para viver, não importam os problemas, as dificuldades", insistiu o cineasta, de 65 anos.

"Meu país é o lugar onde posso respirar, onde posso encontrar um motivo para viver e onde encontro força para criar. Os problemas que o Irã enfrenta hoje são temporários", declarou.

Panahi, que ganhou o Urso de Ouro no Festival de Cinema de Berlim em 2015 por "Táxi Teerã", já esteve duas vezes na prisão. A primeira, em 2010, durante 86 dias; e depois por sete meses, entre 2022 e 2023. Ele foi libertado após uma greve de fome.

Foi proibido de deixar o país por 15 anos, até que, em maio passado, pôde viajar a Cannes, no sul da França, para apresentar "Foi Apenas um Acidente".

Atualmente, está em uma turnê internacional para promover seu filme na corrida pelo Oscar, no qual representará a França na categoria de melhor filme estrangeiro.

"Essa condenação chega no meio desse processo, mas vou terminar minha campanha e retornarei ao Irã assim que possível", afirmou.

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