Disney avisa que quer fazer as pazes com o reino da inteligência artificial
A IA permitirá ao Disney+ oferecer uma experiência mais engajadora, onde os usuários poderão criar e consumir conteúdos próprios ou de terceiros, diz CEO da empresa
Mesmo em meio às polêmicas sobre o uso de inteligência artificial na produção artística, a Disney está dando novos passos para abraçar a tecnologia. O CEO da empresa, Bob Iger, revelou, na última apresentação da companhia para acionistas, que estão negociando com proprietários e desenvolvedores de IA generativa para incluir a ferramenta no canal Disney+.
A ideia é permitir que clientes do streaming criem conteúdos curtos próprios, baseados nas propriedades intelectuais do estúdio, que serão adicionados à plataforma.
"A IA nos dará a habilidade de abastecer usuários do Disney+ com uma experiência engajadora, que incluirá a chance de eles criarem e consumirem conteúdos seus ou de terceiros", disse Iger
Conforme relatou a The Hollywood Reporter, o CEO classificou a novidade como "a maior e mais significativa mudança - de uma perspectiva comercial e tecnológica - desde que nos lançamos".
Outra adição ao streaming será "uma série de programas parecidos com jogos", feitos em parceria com a Epic Games, empresa detentora de um acordo para usar propriedades da Disney em suas plataformas.
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Iger ainda afirmou que busca acordos com empresas de IA generativa que "reflitam nossa necessidade de proteger nossas propriedades intelectuais". Essa não é a primeira vez que a Disney se envolve em polêmica por se associar à inteligência artificial. Em 2023, a série Invasão Secreta, da Marvel, foi alvo de críticas por usar a tecnologia na abertura.
No mesmo ano, atores figurantes acusaram o estúdio de usar imagens digitais para criar modelos com suas aparências para preencher cenas da série WandaVision sem remunerá-los.
O uso de inteligência artificial para "substituir" trabalhadores foi um dos principais pontos discutidos pelos sindicatos dos atores e roteiristas daquele ano, que levou a uma greve de mais de seis meses entre maio e novembro.
Ironicamente, a própria Disney, ao lado da rival Universal, processou os donos da IA generativa Midjourney após usuários usarem a ferramenta para criar peças baseadas nos estilos e personagens do estúdio.

