Dom, 07 de Dezembro

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Exposição apresenta mulheres e plantas estigmatizadas na história

Obras foram criadas por inteligência artificial

Nova exposição de Giselle Beiguelman já atraiu quase cinco mil visitantes em quatro diasNova exposição de Giselle Beiguelman já atraiu quase cinco mil visitantes em quatro dias - Foto: Divulgação / Perfil Brasil

A exposição Venenosas, Nocivas e Suspeitas está em cartaz na Galeria de Fotos do Centro Cultural Fiesp, na capital paulista, com entrada gratuita, até o próximo domingo (20).

Por meio da inteligência artificial, a artista visual Giselle Beiguelman criou obras que relacionam plantas proibidas ou estigmatizadas pelo colonialismo, por razões como o uso em rituais ou por seus poderes afrodisíacos e alucinógenos para as mulheres que dominavam o seu uso.

A artista homenageou naturalistas do século XVII ao XIX que fizeram importantes contribuições à ciência e às artes, mas não tiveram reconhecimento. Beiguelman recriou retratos dessas mulheres em meio às plantas e com a intenção de se aproximar da aparência que tinham na idade em que morreram.

Mulheres homenageadas
Entre as mulheres homenageadas na exposição estão Maria do Carmo Vaughan Bandeira (1902-1992), primeira botânica do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que interrompeu sua trajetória científica para ingressar na vida religiosa em um convento/; Constança Eufrosina Borba Paca (1844-1920), ilustradora que integrou as expedições científicas realizadas pelo marido, o botânico João Barbosa Rodrigues (1842-1909); e Luzia Pinta, ex-escravizada e sacerdotisa com experiência em práticas de cura, que foi denunciada como feiticeira e enviada de Minas Gerais para a Inquisição em Portugal no século XVIII. 

Para a gerente de Cultura do Sesi de São Paulo, Débora Viana, a exposição é uma oportunidade para entender como a inteligência artificial vem sendo utilizada por artistas na produção de seus trabalhos.

A mostra proporciona “a oportunidade às crianças e jovens de conhecerem sobre plantas consideradas pelo colonialismo como perigosas ou até proibidas e sobre importantes mulheres que foram apagadas da ciência e da história”, acrescentou Viana, em nota.

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