Fernanda Torres sobre Hollywood: "Trabalhei no último filme ruim de Anthony Hopkins"
Concorrendo ao Globo de Ouro, neste domingo (5), como melhor atriz em 'Ainda estou aqui', Fernanda diz que "é um milagre" ela estar na competição
Em entrevista publicada este sábado pela revista americana "W", a atriz Fernanda Torres que concorre este domingo ao Globo de Ouro de melhor atriz em filme de drama por "Ainda estou aqui" não deixou o humor de lado ao comentar, quando perguntada pela repórter, por suas incursões pelo cinema americano:
"Atuei no México. Fiz o último filme ruim de Anthony Hopkins ('Homem de guerra', de Sergio Toledo, lançado em 1991). Nós escalamos uma pirâmide juntos, e ele me disse: "Não é incrível que eles nos paguem para estar aqui?" Foi o mais perto que cheguei de Hollywood", admitiu Fernanda.
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Sobre a mãe, Fernanda Montenegro (que foi indicada ao Oscar em 1999 por "Central do Brasil", de Walter Salles, o mesmo diretor de Ainda estou aqui"), a atriz disse ter sido uma influência decisiva para que resolvesse atuar:
"Minha mãe sente quase pena de pessoas que não conhecem os prazeres do teatro. O teatro lhe deu mil vidas. Ela era filha de uma família muito simples, e através do teatro teve vidas de rainhas, de assassinas, do que ela quisesse.
Eu fui criada nos bastidores dos teatros. Meu pai, Fernando, também foi ator e produtor. E me deram o nome de Fernanda. Então eu não tinha como escapar, entende?", disse Fernanda, que começou como atriz aos 13 anos de idade.
Sobre todo o sucesso, no Brasil e no exterior, de "Ainda estou aqui", ela diz achar tudo "um milagre": "Não é um milagre? Mesmo agora, estar aqui (no Globo de Ouro) com este filme. Outro dia, vi Judi Dench dizendo que você precisa ter muita sorte neste negócio, e acho que ela está certa."
E sobre a fluência que tem na língua inglesa, Fernanda disse que nem sempre foi assim: "A primeira vez que fui ao Festival de Cinema de Cannes, eu tinha 17 anos. Descobri que não conseguia me comunicar com ninguém.
Estudei inglês e francês na escola, mas conseguir realmente me comunicar ser eu mesma em outra língua é outra coisa. Levou muito tempo. E um relacionamento com um diretor de teatro de vanguarda (Gerald Thomas) por quatro anos"