Festival Consciência Hip Hop 2025: movimento marca celebrações do novembro negro em Ipojuca
Com shows locais e nacionais, batalha de rua, grafitagem e rodas de conversa, o festival chega para impulsionar a cena artística local com programação gratuita especial
Neste mês de novembro, dedicado à Consciência Negra, será realizado em Porto de Galinhas, em Ipojuca, o "Festival Consciência Hip Hop - Celebrando as Expressões do Povo Negro", que traz uma programação gratuita especial para refletir sobre a data com música e debate.
A festa ocorre no domingo (23), a partir das 17h, na Rua da Esperança, no calçadão de Porto.
Com shows locais e nacionais, batalha de rua, grafitagem e rodas de conversa, o festival chega para impulsionar a cena artística local, já bastante engajada com o movimento hip hop.
Além disso, o evento enaltece os talentos da região e, também, apresenta artistas com representação nacional, como a cantora e poeta marginal Bione e Zé Brown, da banda Faces do Subúrbio.
O produtor e diretor geral do festival, Jau Melo, conta que a ideia é proporcionar aos jovens de Ipojuca lazer, cultura e reflexões sobre a identidade negra na periferia e o hip hop em uma data expressiva.
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Identidade negra
“Vamos contar com um palco para shows de artistas do movimento local e nacional, batalha de rua, dança e roda de conversa. Nosso objetivo é oferecer um festival de hip hop inclusivo e gratuito, com foco na valorização da cultura urbana local, fortalecendo artistas de Ipojuca e promovendo formação e protagonismo da juventude periférica a partir da ideia de que a cultura de rua pode ser instrumento de transformação social”, declara.
Da cena local, se apresentam os MCs Yoda Semlote, Poeta de Rua, Juana e Nunes. Os artistas serão acompanhados pelos DJs Bonha e Barreto Selector, que também vão apresentar seus sets nos intervalos. Do Recife, quem se apresenta é Bione, Zé Brown, Slam das Mãos, banda Kastarrara e Poema Liricista.
O festival também vai contar com a Batalha de Porto, conduzida por Yoda Semlote, uma tradicional batalha de rimas da região; grafitagem feita por Bosco Garffo, artista da cena local; roda de diálogo com a participação da jornalista e produtora cultural Lenne Ferreira, do grafiteiro, dançarino de break, rapper e idealizador do Movimento Nostra Rua, Deibson Pimentel, e de Najdaty Andrade, do Movimento Cores do Amanhã e da Frente Nacional de Mulheres do Hip Hop.
Diálogo
Antes da realização do festival, na véspera do Dia Nacional da Consciência Negra, na quarta-feira (19), uma roda de diálogo para debater a cultura hip hop como elemento de transformação social junto à juventude periférica acontece na Erem Ipojuca, no centro.
A atividade está na programação geral da unidade estadual de ensino, toda voltada às reflexões sobre a Consciência Negra. Desta vez, participam da roda o diretor do festival Jau Melo, Deibson Pimentel, do Movimento Nostra Rua, além dos MCs Yoda, Poeta de Rua e Juana.
Os artistas
- Yoda Semlote: produtor cultural e MC, criou a Batalha de Porto.
- Poeta de Rua: iniciou a jornada no hip hop em 2008. É conhecido por trazer nas rimas musicadas a vivência, a crítica social, a poesia e a originalidade.
- MC Juana: poeta e rapper, a artista traz nas rimas a vivência das mulheres, das mães e a caminhada de quem vive e faz cultura em Porto de Galinhas. Está no hip hop desde os anos 1990.
- Nunes: Natural do Recife, Nunes desponta como um dos nomes do trap local e vem ganhando destaque nacional. Gravou recentemente com MCs do Rio de Janeiro.
- DJ Bonha: Sávio Nunes trabalha no litoral sul e também faz turnês na Europa.
- DJ Barreto Selector: Natural do Recife, mora em Maracaípe, onde toca com os MCs da região.
- Bione: Começou aos 13 anos recitando poesias e em 2018 ganhou destaque nacional representando Pernambuco- no Slam BR, em São Paulo. Com o mixtape Sai da Frente, trouxe o hit Deixa as garota brincar. Traz nas letras as vivências como mulher negra, periférica e LGBT, falando de luta, resistência, mas também de força e ocupação de espaços historicamente negados.
- Zé Brown: um dos pioneiros do rap no Nordeste, é embolador e referência quando o assunto é misturar rap com os ritmos do maracatu e coco. Fundador da banda Faces do Subúrbio, traz letras que falam de luta social e colocam a tradição nordestina no centro do hip hop.
- Slam das Mãos: o grupo faz batalha de poesia em Libras e mostra que o hip hop se comunica em todas as línguas, vozes e corpos.
- Kastarrara: o power trio mistura grooves de world music, elementos do jazz e funk para compor músicas instrumentais.
- Poema Liricista: artista indígena que se identifica como especialista em licirismo, o rapper Carlos Cavalcante tem uma obra caracterizada por letras introspectivas e por abordar temas como superação e a realidade do rap brasileiro.
Festival Consciência Hip Hop
O festival foi aprovado no Edital de Chamamento Público n° 001/2025 - Ipojuca Criativa, promovido pela Secretaria Especial de Cultura de Ipojuca, com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB).





