Gilberto Gil revisita seis décadas de carreira artística com a turnê "Tempo Rei" em Pernambuco
Derradeira turnê de carreira do baiano chega a Pernambuco, com ingressos esgotados hoje e amanhã e ainda disponíveis para o dia 28
Da mitologia grega (Cronos) à ciência. Das religiões à filosofia. O tempo é um dos conceitos mais transversais que existe e é matéria de interesse em várias áreas humanas.
Seja ele exato ou cósmico, mensurável ou transcendente, seja ele absoluto (como disse Newton) ou relativo (Einstein)... para Gilberto Passos Gil Moreira, o Tempo é Rei!
E é com a turnê “Tempo Rei”, a sua última grande gira que vem percorrendo o Brasil desde março, que Gilberto Gil chega a Pernambuco, para shows no Classic Hall, neste sábado (22) e domingo (23) – com ingressos esgotados – e no dia 28, com ingressos ainda disponíveis no site Eventim.
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“Tempo Rei”
Em “Tempo Rei”, Gilberto Gil, 83 anos, um dos pilares da Música Popular Brasileira – tido, por tantos, como o orixá vivo da nossa música – repassa seis décadas de uma trajetória apinhada de jóias preciosas, que revelam não só sua história e contribuição à cultura brasileira, mas, o próprio Brasil, que se vê refletido em sua obra.
Assim como este País são vários “Brasis”, são diversos os “Gilbertos” apresentados em “Tempo Rei”. Em mais de duas horas de show, o cantor e compositor baiano que sobe ao “Palco” é o tropicalista, o artista preso pela ditadura e exilado em Londres, o ministro da Cultura, o imortal da Academia Brasileira de Letras etc.
O repertório de “Tempo Rei” foca, principalmente, da fase pré-tropicalista de Gil (anos 1960) até os anos 1980, com música de um álbum dos anos 1990.
Canções como “Domingo no Parque”, “Refazenda”, Refavela”, Vamos Fugir”, “Realce”, “Punk da Periferia”, “Drão”, “Esotérico”, “Expresso 2222”, “Andar com Fé”, Esperando na Janela”, “Aquele Abraço” estão entre as 30 do repertório, que nos abre um amplo arco da criação de Gil, no tropicalismo, no samba, no reggae, no rock, no baião, no xote etc.
Gil e Pernambuco
A vinda de Gil a Pernambuco tem sempre um gosto tropicalista. Isso porque é muito provável que o movimento criado por ele, Caetano Veloso e companhia, que bagunçou o coreto da MPB no fim dos anos 1960, não tivesse existido – ou, talvez, fosse um tanto diferente do que foi – se Gil não viesse a Pernambuco em 1967.
No início de maio daquele ano, Gil vinha ao Recife para apresentar o show “Viramundo”, em temporada no Teatro Popular do Nordeste (TPN), que ficava na Conde da Boa Vista. Durante a estadia por aqui, o baiano foi levado a conhecer a ciranda de Lia, em Itamaracá, e, no Agreste, viu a Banda de Pífanos de Caruaru tocando numa feira.
Tamanho foi o impacto de Gil pela sonoridade dos músicos, que ele fez a conexão: “São os Beatles de Caruaru!”
Ao voltar para São Paulo, com a mente fervilhando de ideias, estava convencido de que era necessário friccionar tradição e modernidade dentro da música brasileira.
Era o estopim do que viria a ser batizado de Tropicalismo. Meses depois, Gil e Caetano explodiriam o movimento, no III Festival da Música Popular Brasileira, da TV Record, cantando, respectivamente, “Domingo no Parque” e “Alegria Alegria”.
Em “Tempo Rei”, essa conexão com Pernambuco está presente em duas vinhetas: “Pipoca Moderna”, da Banda de Pífanos de Caruaru, que entrou no álbum “Expresso 2222” (1972); e “Frevo Rasgado”, composta por Gil notadamente influenciado pela cultura pernambucana.
Convidados
Um dos pontos de maior expectativa nos shows de Gilberto Gil nesta turnê “Tempo Rei” é a presença de convidados surpresa, nascidos no lugar onde ele apresenta o show.
Já dividiram o palco com Gil artistas diversos, como Anitta, Chico Buarque, Russo Passapusso, Arnaldo Antunes, Marisa Monte, Roberto Carlos, Nando Reis, Sandy, Adriana Calcanhotto, Zeca Pagodinho, Jorge Ben Jor etc.
Para os shows do Classic Hall, são várias as apostas em quem serão os convidados (no mínimo, um por noite): Alceu Valença, João Gomes (que gravou com Gil uma versão de “Palco”), Lenine, Geraldo Azevedo, Jorge Du Peixe (com a Nação Zumbi, regravou “Refazenda”, no álbum “Radiola NZ”), Lia de Itamaracá, Duda Beat são alguns nomes lembrados.
SERVIÇO
Gilberto Gil - “Tempo Rei”
Quando: Sábado (22), domingo (23) – esgotados – e sexta (28), às 21h
Onde: Classic Hall - Av. Gov. Agamenon Magalhães, S/N - Salgadinho, Olinda - PE
Ingressos: a partir de R$ 240, no Eventim
Instagram: @gilbertogil / @giltemporei

