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Luiza Possi explica conversão religiosa após fase de 'angústia, medo e incerteza'

Em entrevista concedida há um mês, cantora contou que se reuniu com fãs para detalhar mudanças e afirmou que viveu 'fase LGBTQIAP+'

Artista Luiza PossiArtista Luiza Possi - Foto: Reprodução/Instagram @luizapossi

Diante de amigos e familiares, a cantora Luiza Possi reconhece que, num passado muitíssimo recente, era a "antítese total" de quem é hoje. A transformação radical da artista de 41 anos — envolvida numa polêmica nas redes sociais depois de publicar uma reflexão bíblica com suposto apoio a Jair Bolsonaro — aconteceu em setembro de 2024, quando passou por uma conversão religiosa ao lado do marido, o diretor de televisão Cris Gomes.

Até aquele momento, Luiza Possi se definia como uma "pessoa ecumênica". Na sala de casa, mantinha um altar com entidades relacionados a várias crenças religiosas — da umbanda, do candomblé, do budismo e da cabala — pelas quais ela já havia sido devota. A única referência ao cristianismo era uma reprodução de Jesus que a cantora havia ganhado de presente.

"Eu tinha a Chama Trina, a luz azul, orixás, o arcanjo Miguel... Era uma galera junta ali. E eu tinha orgulho daquilo! Até que foi uma amiga lá em casa, e ela falou: 'Sabia que Deus não gosta disso? Ele gosta da atenção toda para Ele'. E aquilo me tocou de alguma maneira", rememorou Luiza, em entrevista ao canal Brasil Paralelo, no YouTube.

Nesse mesmo período, Luiza vivia uma "fase de desencantamento muito grande", em suas palavras. Como já disse em outras entrevistas, ela sentia, na ocasião, um "vazio profundo" decorrente de "angústia, medo, aflição e incerteza". Junto ao marido, o diretor de TV Cris Gomes — com quem tem os filhos Lucca, de 6 anos, e Matteo, de 4 —, a cantora se inscreveu num curso de "imersão espiritual" sobre o "reino de Deus", como ambos relataram posteriormente.

"A gente estava esgotado, quase tendo um burnout. E, um dia, eu cheguei em casa e falei: 'Olha, estou escutando louvores", relembrou Luiza, ressaltando que, até então, ela e o marido abominavam a palavra "crente". "Evangélico? Nossa, passa longe. Não queríamos nem ser amigos! Então, quando falei que estava escutando louvor foi: 'Ahn? Escutando louvor?' E eu comecei a escutar louvor no carro... Sei lá! Busquei. E aí um dia falei: 'Olha, aconteceu uma coisa pior ainda: escutei uma rádio gospel."

A opinião de Cris Gomes mudou depois de conhecer o influenciador digital Deive Leonardo, autor de livros como "Oi, Deus, sou de novo!" e "Coragem pra recomeçar". "Um dia senti a presença de Jesus no meu carro de uma maneira muito forte, e eu falei: 'Meu Deus, Jesus é incrível'. Ele é o cara. Ele é a energia que nunca senti. E olha que já frequentei tudo", repassou Luiza, que, naquele momento, convenceu o marido a ir a um culto numa igreja evangélica.

Hoje, ela e o marido são frequentadores da Igreja Pura Fé, em São Paulo. Os filhos de ambos foram consagrados na mesma religião através de uma cerimônia no templo, há dois meses. "As pessoas me perguntam por que me converti, E hoje talvez tenha a resposta. Tive o privilégio de participar de um culto ministrado só por crianças. Crianças declarando a palavra de Deus. Crianças que sabiam da Bíblia. Crianças que sabiam dos valores de amar o próximo, de ter perdão e gratidão e de saber o seu lugar no mundo, porque sabem que Deus é maior", ela comentou, em vídeo no Instagram à época.

Mentoria com pastores
Atualmente, Luiza e o marido vão a cultos evangélicos domingo sim, domingo também. "Mudou muito a nossa vida. O que a gente faz é muito intenso", comentou a cantora, em entrevista ao canal "Brasil Paralelo". Os dois leem juntos a Bíblia em casa e fazem mentoria espiritual com dois pastores. "Foi uma mudança de paradigma, de mundo...", acrescentou a artista.

O nome de Luiza Possi figura entre um dos assuntos mais citados nas redes sociais desde terça-feira (25), quando ela usou o X para fazer uma reflexão bíblica numa suposta defesa a Jair Bolsonaro, preso desde o último sábado (22) por determinação da Justiça.

"O bem é bem mesmo que todos estejam agindo mal. Aqueles que creem que tem mais poder que Deus podem até ocupar altos cargos, mas pela força que tem no Nosso Criador, assim como subiram desceram. As pessoas que temem a Deus podem estar vivendo um inferno na Terra, mas pela força da Fé, viverão para testemunhar que Deus é bom e trará o livramento e a dupla honra. O momento senhoras e senhores, é muito difícil, queiram ver ou não, e o futuro pelos olhos humanos, é terrível, mas eu creio que pelo nome de Jesus viveremos para ver uma nação reconstruída, forte, justa e próspera. Eu creio", escreveu Luiza Possi, por meio do X.

'Não sou uma bandeira LGBTQIAP+'
Na mesma entrevista, concedida há um mês, Luiza Possi destacou que a decisão pela conversão religiosa — e as mudanças de opinião e de posicionamento — foram muito mal recebidas pelo público que a acompanha. Ela diz que se reuniu com alguns dos fãs para explicar a situação.

"Conversei com eles. Falei: 'Estou entendendo Jesus, mas amo vocês e nunca vou deixar de amar e acolher vocês'. Talvez eu não seja mais uma bandeira aí do LGBT, porque, né? Sou uma mulher hetéro, casada, tenho dois filhos... Não sou exatamente uma bandeira LGBTQIAP+. Já passei por essa fase. Passei por essa fase. Mas talvez não seja a maior bandeira LGBTQIAP+", afirmou, na ocasião.

Nesta quinta-feira (27), uma celeuma associada ao tema veio à tona depois de a cantora e compositora Maria Gadú responder às colocações de Luiza Possi com a revelação de que ambas já cultivaram um relacionamento.

"Luiza Possi, glória a Deus. Ore por nós, que ele perdoe pelo tempo que passamos juntos, os pecados, as mentiras que contastes dizendo que eram mentira. Deus é misericordioso, se ele te perdoou, vai me perdoar também. O tempo em que namoramos foi um erro. Hoje percebi isso com tanta fé. Que o passado nos abandone. Amém", escreveu, em tom irônico, Maria Gadú.

Na tal entrevista ao canal Brasil Paralelo, Luiza Possi reforçou que jamais deixará de lado o carinho com os fãs gays. "Jesus, inclusive, ensinou isso: ele não veio para julgar. Sei que na Bíblia isso é condenável, mas é em outro lugar. Na primeira instância, Jesus veio salvar todos. Quando as pessoas usam a religião para ter preconceito, elas já estão estão indo contra tudo o que Jesus pregou. Não me encaixo nesse movimento de quem vai julgar e apontar o dedo. Não sou fariseu. Sou cristã."

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