Mamam abre as portas para o feminino com duas exposições
Alice Vinagre e Carol Monteiro inauguram exposições individuais nesta quinta-feira (6), às 19h, no Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (Mamam)
Dezembro traz olhares femininos para o Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (Mamam), que inaugura nesta quinta-feira (6) as mostras "Com olhos de náufrago ou onde fica o próximo porto", de Alice Vinagre, e "Coração de Pedra", de Carol Monteiro.
A abertura das duas exposições será a partir das 19h. O acesso é gratuito, e a exposição de Carol ficará em cartaz até o dia 15 de janeiro e a de Alice, até 24 de fevereiro.
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Em sua 14ª exposição, a paraibana radicada no Recife Alice Vinagre vai apresentar obras de diferentes fases, técnicas e formatos. "Fizemos um recorte significativo, a partir dos anos 1980 e 1990", conta. Para ela, apesar da variedade, a mostra conseguiu alcançar um sentido coeso e homogêneo. "Foi um processo bem orgânico, construído de forma gradativa", diz.
Além das pinturas, há fotografias, duas instalações e vídeos espalhados por três andares do museu, evocando um navio afundado. "A primeira parte é mais terra, tem mais cores, mais dinâmica. É quase over. E quando se vai subindo, cresce o sentido da fluidez, da água, do mergulho no azul", descreve.
Fragmento de 'Sem título', de Alice Vinagre - Crédito: Divulgação
Fragmento de 'Noite Escura', de Alice Vinagre - Crédito: Divulgação
A artista estava há sete anos sem realizar uma individual no Recife, e confessou à reportagem sua alegria em voltar ao Mamam, onde já expôs em 2002. A mostra reúne mais de 30 trabalhos, alguns pensados especialmente para a exposição. O título da exposição remete às ideias da monja budista Pema Chödrön, e retrata uma espécie de jornada espiritual pelo mar revolto, rumo a terras desconhecidas, numa alegoria da condição humana.
Alice Vinagre vai expor no Mamam pela segunda vez - Crédito: Ed Machado/Folha de Pernambuco
Já a designer e figurinista pernambucana Carol Monteiro buscou nas raízes sertanejas de sua família a inspiração para produzir, realizando uma fértil intersecção entre arte e moda. "Sou a caçula de oito filhos, e percebi que tenho uma postura de vida bem sustentável. Sempre herdei roupas de meus irmãos, aprendi desde cedo a dividir".
"A mostra surgiu quando revisitei, depois de muitos anos, o Sertão. Então foi algo permeado pela emoção, pela tentativa de mostrar o que existe lá de árido e de belo", comenta. Ela utilizou materiais diversos em seu processo criativo - como fragmentos minerais, ossos de animais e outros itens de sucata, frutos de muito garimpo.
Francisco Baccaro fotografa biojoia de Carol Monteiro - Crédito: Francisco Baccaro/Divulgação
Cores e elementos do sertão estão presentes na exposição de Carol Monteiro - Crédito: Francisco Baccaro/Divulgação
O ponto de partida de Carol foi a criação de biojoias, feitas com pedras coletadas em suas andanças pelo Sertão. "Foi um prazer transformar o lixo, o banal, em riqueza", aponta. A exposição foi instalada na sala Aquário Oiticica e, além de objetos, conta com fotografias e videoinstalações produzidas por Francisco Baccaro e com trilha sonora de Berna Vieira e Aninha Martins. O acesso ao Mamam é gratuito e o museu abre de terça a sexta-feira, das 12h às 18h, e sábado e domingo, das 13h às 17h.
Serviço:
Exposições "Com olhos de náufrago ou onde fica o próximo porto", de Alice Vinagre, e "Coração de Pedra", de Carol Monteiro
Abertura nesta quinta-feira (6), às 19h
No Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhaes – Mamam (rua da Aurora, 265, Boa Vista)