Emilie Dequenne, premiada como Melhor Atriz em Cannes, morre aos 43 anos, com raro tipo de câncer
Belga de 43 anos sucumbiu a um câncer raro. Uma remissão que permitiu que ela voltasse ao festival em 2024 para celebrar os 25 anos do filme
A atriz belga Emilie Dequenne, vencedora do Prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cinema de Cannes de 1999 por "Rosetta", dos irmãos Dardenne, morreu domingo na região de Paris, aos 43 anos.
A cantora passou vários dias em cuidados paliativos, segundo sua família e agente, que anunciaram sua morte à AFP.
Leia também
• 'Cuidar do cinema é cuidar de si mesmo', diz diretor do Festival de Cannes
• "Ainda Estou Aqui" recebe três indicações ao Prêmio Platino
• Fernanda Montenegro retorna aos cinemas e protagoniza o filme "Vitória"
Dequenne revelou em outubro de 2023 que sofria de câncer na glândula adrenal, um câncer raro diagnosticado dois meses antes, o que a estava impedindo de atuar.
"Que batalha implacável! E não é uma escolha...", postou a atriz no Instagram em 4 de fevereiro, para marcar o Dia Mundial do Câncer.
Em dezembro, ela disse em uma entrevista à televisão francesa que estava lutando contra uma doença cada vez mais agressiva, o que significava que "não viveria tanto quanto esperava".
Duquenne fez sua estreia no cinema aos 18 anos em "Rosetta", um filme dos cineastas belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne, que lhe rendeu o prêmio de Melhor Performance no Festival de Cinema de Cannes de 1999.
"Trabalhamos por 20 minutos e ficamos muito impressionados com sua força", disse Luc Dardenne na segunda-feira.
"Ela injetou uma vitalidade enorme em um filme que já estava a 100 quilômetros por hora", disse Gilles Jacob, ex-presidente do festival, em mensagem enviada à AFP.
Sua morte também gerou inúmeras reações nas redes sociais.
"Sem palavras. Estou pensando em você, na sua família", escreveu o ator Jean Dujardin no Instagram.
Tahar Rahim e Vincent Macaigne, dois atores com quem ela dividiu a tela ("A perdre la raison" em 2012 com o primeiro, "Les choses qu'on dit, les choses qu'on fait" em 2020 com o segundo), também publicaram uma imagem da atriz acompanhada de um coração na rede social.
Na última foto que Dequenne postou no Instagram, Juliette Binoche agradeceu por compartilhar o que estava vivenciando "com tanta paixão e generosidade".
"O cinema francófono perdeu, cedo demais, uma atriz talentosa que ainda tinha muito a oferecer", lamentou a ministra da Cultura francesa, Rachida Dati, na rede social X.
Duquenne caminhou pelo tapete vermelho de Cannes pela última vez no ano passado com seu marido, o ator Michel Ferracci, sorrindo e com o cabelo curto devido ao tratamento, para comemorar o 25º aniversário de "Rosetta" e apresentar seu último filme, de título simbólico "Survivre" (Sobreviver).
Ela deixa sua filha Milla, nascida em 2002.

