Sáb, 06 de Dezembro

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Cinema

No elenco de "O Último Azul", Rodrigo Santoro diz que filme faz pensar sobre o tempo

"Na minha profissão, é muito importante a estética, a idade", questiona o ator: "Por que a idade é um limitador?"

A ator Rodrigo SantoroA ator Rodrigo Santoro - Foto: John Macdougall/AFP

No elenco de "O último azul", Rodrigo Santoro diz que filme de Gabriel Mascaro que fez o Brasil ganhar o segundo prêmio mais importante no Festival de Berlim no sábado (22) “faz pensar sobre a passagem do tempo”.

"Vou fazer 50 anos este ano e, na minha profissão, é muito importante a estética, a idade. Especialmente para os atores mais jovens, que começam agora, para os quais a beleza está sempre atrelada à juventude. Envelhecer faz parte do processo natural da vida. E o mundo está sempre tentando parar ou frear esse processo, e eu acho isso muito louco" reflete o ator.

"Esse filme dialoga não só com isso, mas também com a importância de valorizar e aceitar o processo da vida. Por que a idade é um limitador? Por que o idoso tem um resto de vida?"

“O último azul” acompanha o drama de Tereza (Denise Weinberg), operária de uma fábrica de processamento de carne de jacaré num vilarejo do Amazonas que é notificada sobre sua iminente transferência para a colônia de idosos, pois já passou dos 75 anos. Inconformada com o destino que o Estado lhe reserva, ela tenta realizar um velho sonho: voar de avião.

Impossibilitada de fazer qualquer transação financeira sem a autorização da filha, Tereza procura alternativas indetectáveis pelo governo, e vai conhecendo uma série de tipos marginalizados pelo caminho, como o barqueiro Cadu (Rodrigo Santoro), que transporta cargas obscuras pelos rios da região.

O diretor destaca que o filme conta a história de uma pessoa idosa “que se rebela contra esse Estado que tenta, de alguma maneira, sugerir qual seria o melhor para o seu futuro”.

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