Recife ganha novo centro cultural com proposta de integração entre arte, educação e impacto social
Instituto Marcos Hacker de Melo, inaugurado em Boa Viagem, homenageia legado de jovem empresário com programação artística e parceria com o MIS-SP, além de apoiar projeto educacional na Mata Sul de Pernambuco
A Zona Sul do Recife ganha um novo espaço voltado à cultura. Inaugurado ontem, durante evento para convidados, o Centro Cultural Instituto Marcos Hacker de Melo (MHM) abre as portas para o público geral a partir de hoje, em um prédio recém-construído na Avenida Domingos Ferreira, em Boa Viagem.
Com a proposta de integrar diferentes linguagens artísticas, gastronomia, lazer e desenvolvimento humano, o centro cultural também carrega uma forte visão social em homenagem ao trabalho de Marcos Hacker de Melo, empresário e ex-CEO do Grupo Veneza, falecido em 2020, aos 34 anos.
Ainda em vida, Marcos se dedicou à filantropia por meio de uma trajetória voltada para os princípios do humanismo e da transformação social por meio da educação e da arte.
Para Cida Hacker de Melo, idealizadora do espaço e mãe de Marcos, um dos propósitos é gerar recursos para o Projeto Ressignificar, iniciativa do Instituto MHM “que atua no desenvolvimento de competências socioemocionais e educação de qualidade com mais de 4 mil alunos da Mata Sul de Pernambuco”. Parte da receita de todas as operações do espaço será revertida para esse intuito.
Presente no evento de inauguração junto com a sua esposa Cláudia Monteiro, o presidente do Grupo EQM e fundador da Folha de Pernambuco, Eduardo de Queiroz Monteiro, destacou a relevância do trabalho do instituto para o incentivo da educação e das artes no estado.
“Estamos todos muito emocionados com a determinação de Cida, mãe de Marquinhos, e de Marcos, o pai, na construção deste instituto. Mais do que um espaço educacional, trata-se de um verdadeiro centro cultural, de apoio às artes, às manifestações artísticas, à cultura e às artes plásticas. Fiquei encantado com as instalações, tive a oportunidade de visitar e agora há pouco ouvi o coral do instituto, que me tocou profundamente. Saio daqui revigorado e, acima de tudo, convicto de que a passagem de Marquinhos por este mundo deixou um legado de empreendedorismo, boas relações, construção coletiva e geração de emprego e renda. Estou muito feliz em estar aqui, prestigiando essa iniciativa extraordinária”, comentou.
O espaço já nasce com uma parceria firmada com o Museu da Imagem e do Som (MIS), de São Paulo. A instituição - famosa por suas exposições de grande porte - assume a curadoria permanente no espaço, dedicando o primeiro andar do edifício para mostras temporárias com sua assinatura.
Na estreia, o público pode conferir a exposição “Encontros”, da baiana Thereza Eugênia. Conhecida por ter registrado grandes nomes da MPB nos anos 1970 e 1980, a fotógrafa apresenta artistas como Chico Buarque, Maria Bethânia, Gal Costa, Ney Matogrosso e Caetano Veloso, em momentos íntimos e cotidianos.
As fotografias estiveram expostas no MIS em 2024. Já a instalação audiovisual “John Lennon, 85 anos”, foi desenvolvida especialmente para o Instituto MHM. A trajetória artística do ex-Beatle é celebrada com projeções de mais de oito metros de altura, trilha sonora e imagens em movimento, proporcionando uma experiência sensorial imersiva.
Para abrigar o centro cultural, foi construído um edifício de múltiplos, com projeto arquitetônico assinado por André Reis e Pedro Motta, paisagismo de Maria Inês de Oliveira Mendonça e interiores por Bete Castro. Cada um dos pavimentos têm finalidades distintas.
Segundo Luciana Hacker, presidente do Instituto MHM, o espaço foi pensado como um ambiente de convivência entre a cidade, os visitantes e as demonstrações artísticas que serão abrigadas no centro.
“O propósito é que o centro seja uma ferramenta de cultura para a nossa sociedade. Um lugar onde as pessoas podem vir para se encontrar, tomar um café, visitar as exposições, passear e conhecer o instituto. Queremos que todos vivam o espaço como um momento de encontro com amigos, fortalecendo a veia cultura na cidade”, destacou.
No térreo, o público encontra recepção, bilheteria, loja com produtos exclusivos e artesanato pernambucano, além de um memorial sobre Marcos Hacker de Melo. O segundo andar vai abrigar uma exposição permanente, com 34 máquinas musicais raras do século 19.
O centro cultural conta ainda com um teatro com capacidade de 100 lugares, que estará disponível para eventos culturais e locações. Um restaurante no quarto andar e o rooftop completam o tour pelo espaço. Todas as operações gastronômicas são administradas pela rede Casaria, de São Paulo.

