Renato Góes, protagonista de "Vale Tudo", celebra sequência de projetos na tevê
"Vale Tudo" é exibido pela Globo de segunda a sábado, às 21h30
O horário nobre traz naturalmente uma enorme carga de responsabilidade diante das câmeras. Há quase 20 anos na tevê, Renato Góes assumiu todas as doses de pressão e exigências que o remake de “Vale Tudo” carrega. Ainda assim, em meio a toda a tensão de refazer uma clássica obra da teledramaturgia, ele encontrou caminhos de alívio, tranquilidade e, principalmente, prazer ao encarnar o esforçado Ivan. “É um projeto incrível, mas que traz muita responsabilidade. Você acaba se sentindo muito contemplado pela carreira. São quase 20 anos de Globo. 13 novelas. É quase um abraço”, valoriza.
Na novela das nove, Ivan é um sujeito gente boa, charmoso e sagaz. Apesar de não ser uma pessoa abençoada pela sorte, ele sabe abrir seus caminhos e dorme e acorda em busca da grande oportunidade que vai mudar sua vida. Encontra em Raquel, papel de Taís Araujo, amor e apoio para sua jornada. “O Ivan é um cara super gente boa e muito ambicioso, a fim de dar certo naquilo que vê como uma justiça. Eu quero que o Brasil se reconheça nesse personagem como alguém que quer fazer de tudo para ter aquilo que acha que merece”, aponta.
Logo após “Família é Tudo”, você entrou para o elenco de “Vale Tudo”. O que mais chamou a sua atenção nessa participação na novela das nove?
Foi uma oportunidade repleta de respeito e admiração. Uma responsabilidade também, né? Mas você acaba se sentindo muito contemplado pela carreira. Uma fase muito gostosa de dedicação à minha carreira. São quase 20 anos de Globo. 13 novelas. É quase um abraço. Espero seguir por mais 20 anos (risos).
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Qual foi o seu contato com a obra original de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères?
Eu cheguei a começar a rever a novela, mas não fui muito longe. Tentei entender o clima da novela, captar alguns trejeitos. Queria ver alguns possíveis artifícios para ter alguma conexão com o trabalho do Fagundes. Minha ideia era trazer essa essência do Ivan dentro dessa nova leitura. Queria que o público visse alguma conexão entre a minha construção e a construção do Fagundes. Afinal, ele é um profissional que admiro muito e gosto muito dos caminhos que ele tomou ao longo da obra. Mas também trouxe minhas reflexões.
Como assim?
Entendo que um remake como esse traz uma pressão grande. Muita expectativa. Mas procurei fazer o meu Ivan, do jeito que acredito no personagem. Um reflexo do brasileiro. Quero que as pessoas vejam o Ivan e pensem: “Nossa, mas como ele fez isso?”. Mas, logo depois, pensem novamente: “No lugar dele, eu também faria”. Passo um pano para o personagem (risos). Depois de outubro, eu mudo.
Mas, ao contrário da Raquel, o personagem do Ivan acaba tomando atitude que geram conflitos éticos ao longo da novela. Qual a sua visão desse caminho tortuoso?
O Ivan é um reflexo do povo. Não quer passar por cima de ninguém, quer correr e suar. Mas quer ver mudanças e uma progressão que vá de encontro ao esforço que ele faz. Ele sabe o que quer e onde é o lugar dele. Ele acha que tem de ter o que merece.
O Ivan, por mais que não tenha intenção de prejudicar terceiros, é um homem bastante ambicioso. Qual lugar a ambição ocupa no seu dia a dia?
Eu sou uma pessoa determinada. Ambição e ganância são coisas difíceis de relacionar. Ambição parece uma vontade cega de seguir em frente. A ambição pode até ser legal se bem utilizada. Mas prefiro dizer que sou um cara determinado.
Você chegou a fazer um mergulho nas suas emoções para a construção do Ivan?
Não acredito em quem diz que não empresta nada de si para o personagem. Sempre empresta. Somos múltiplos e plurais. Assim como o Ivan, sou um homem apaixonado. Apaixonado pela vida, pela minha família, pela minha mulher... em dosagens certas e corretas sempre podemos emprestar algo. Por exemplo, a raiva é um sentimento que pode aparecer nos personagens. Sou um sujeito tranquilo, mas já tive meus extremos de raiva.
Como lidou isso?
Terapia. Fiz terapia a vida toda. Quando pequeno, eu fazia terapia porque dava muito trabalho no colégio. Não consegui mais largar. Ajudou muito em muitas áreas da vida. Ajudou a ver meus defeitos.

