Sean "Diddy" Combs: depois de veredito, juiz nega fiança de US$ 1 milhão e mantém rapper na prisão
Culpado por duas de cinco acusações, magnata da música vai aguardar sentença na penitenciária
Considerado culpado pelo “transporte de pessoa para prostituição”, mas inocente das acusações mais graves de “tráfico sexual” e de “formação de organização criminosa”, Sean " Diddy" Combs vai esperar pela sentença ainda preso.
No fim da tarde desta quarta-feira (2), o juiz Arun Subramanian decidiu negar o pedido da defesa para que ele fosse posto em liberdade sob fiança de US$ 1 milhão. Diddy está preso desde 16 de setembro de 2024 numa penitenciária do Brooklyn.
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O argumento do magistrado é que a prisão para condenados pelo Mann Act (a lei que versa sobre transporte de pessoa para prostituição) é mandatória.
Diddy, de 55 anos, vai aguardar sua sentença na penitenciária. Ele pode pegar até 20 anos de prisão pelas duas condenações por “transporte de pessoa para prostituição”.
De que Diddy era acusado?
O elemento central da acusação era que Diddy seria o líder de uma organização criminosa de funcionários do alto escalão que "existiam para atender às suas necessidades", e que ele exercia seu poder com crimes como trabalhos forçados, distribuição de drogas, sequestro, suborno, manipulação de testemunhas e incêndios criminosos.
O advogado de defesa ressaltou que nenhum desses indivíduos depôs contra Diddy nem foi nomeado cúmplice.
Para condenar o rapper por associação criminosa, o júri deveria determinar que a acusação provou que ele orquestrou com pessoas de sua organização pelo menos dois dos oito crimes que compõem a acusação de crime organizado.
Os oito homens e quatro mulheres que formavam o júri precisavam chegar a uma decisão unânime sobre cada acusação.
Eles analisaram os depoimentos das 34 testemunhas que depuseram no julgamento de quase dois meses, assim como milhares de registros telefônicos, financeiros e e-mail apresentados pela acusação.
A defesa alegou que as mulheres que agora o acusam, que participaram de orgias sexuais com profissionais do sexo pagos e organizadas pelo magnata, eram adultas e tomaram suas próprias decisões.
Duas das denunciantes — a cantora Cassandra "Cassie" Ventura e outra ex-parceira, que depôs sob um pseudônimo, "Jane" — tiveram relacionamentos longos com o fundador da Bad Boy Records. A defesa trabalhou para minar sua credibilidade, alegando que elas o fizeram por dinheiro e prazer, e refutou a acusação mais grave, de crime organizado.
"Não é um Deus"
A promotoria apontou que Diddy se sentia "intocável".
— O réu nunca pensou que as mulheres de que ele abusou teriam a coragem de dizer em voz alta o que ele lhes havia feito (...) Isso acaba neste tribunal. O réu não é um Deus — disse a promotora em suas alegações finais.
O advogado de Diddy ressaltou que ele era "um empresário negro bem-sucedido e autodidata".
Embora tenha reconhecido que os relacionamentos do rei do hip-hop com suas ex-parceiras eram "complicados" e envolviam violência doméstica, ele não é acusado disso. Embora pouco ortodoxas, as relações sexuais eram consentidas, enfatizou a defesa.
Diddy não prestou depoimento, nem era obrigado a fazê-lo. A defesa não apresentou nenhuma testemunha, o que é comum em julgamentos criminais, uma vez que cabe à acusação provar a culpa do réu.

