Sáb, 06 de Dezembro

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Justiça

Sean "Diddy" Combs: depois de veredito, juiz nega fiança de US$ 1 milhão e mantém rapper na prisão

Culpado por duas de cinco acusações, magnata da música vai aguardar sentença na penitenciária

Sean Diddy CombsSean Diddy Combs - Foto: Reprodução/X

Considerado culpado pelo “transporte de pessoa para prostituição”, mas inocente das acusações mais graves de “tráfico sexual” e de “formação de organização criminosa”, Sean " Diddy" Combs vai esperar pela sentença ainda preso.

No fim da tarde desta quarta-feira (2), o juiz Arun Subramanian decidiu negar o pedido da defesa para que ele fosse posto em liberdade sob fiança de US$ 1 milhão. Diddy está preso desde 16 de setembro de 2024 numa penitenciária do Brooklyn.

O argumento do magistrado é que a prisão para condenados pelo Mann Act (a lei que versa sobre transporte de pessoa para prostituição) é mandatória.

Diddy, de 55 anos, vai aguardar sua sentença na penitenciária. Ele pode pegar até 20 anos de prisão pelas duas condenações por “transporte de pessoa para prostituição”.

De que Diddy era acusado?
O elemento central da acusação era que Diddy seria o líder de uma organização criminosa de funcionários do alto escalão que "existiam para atender às suas necessidades", e que ele exercia seu poder com crimes como trabalhos forçados, distribuição de drogas, sequestro, suborno, manipulação de testemunhas e incêndios criminosos.

O advogado de defesa ressaltou que nenhum desses indivíduos depôs contra Diddy nem foi nomeado cúmplice.

Para condenar o rapper por associação criminosa, o júri deveria determinar que a acusação provou que ele orquestrou com pessoas de sua organização pelo menos dois dos oito crimes que compõem a acusação de crime organizado.

Os oito homens e quatro mulheres que formavam o júri precisavam chegar a uma decisão unânime sobre cada acusação.

Eles analisaram os depoimentos das 34 testemunhas que depuseram no julgamento de quase dois meses, assim como milhares de registros telefônicos, financeiros e e-mail apresentados pela acusação.

A defesa alegou que as mulheres que agora o acusam, que participaram de orgias sexuais com profissionais do sexo pagos e organizadas pelo magnata, eram adultas e tomaram suas próprias decisões.

Duas das denunciantes — a cantora Cassandra "Cassie" Ventura e outra ex-parceira, que depôs sob um pseudônimo, "Jane" — tiveram relacionamentos longos com o fundador da Bad Boy Records. A defesa trabalhou para minar sua credibilidade, alegando que elas o fizeram por dinheiro e prazer, e refutou a acusação mais grave, de crime organizado.

"Não é um Deus"
A promotoria apontou que Diddy se sentia "intocável".

— O réu nunca pensou que as mulheres de que ele abusou teriam a coragem de dizer em voz alta o que ele lhes havia feito (...) Isso acaba neste tribunal. O réu não é um Deus — disse a promotora em suas alegações finais.

O advogado de Diddy ressaltou que ele era "um empresário negro bem-sucedido e autodidata".

Embora tenha reconhecido que os relacionamentos do rei do hip-hop com suas ex-parceiras eram "complicados" e envolviam violência doméstica, ele não é acusado disso. Embora pouco ortodoxas, as relações sexuais eram consentidas, enfatizou a defesa.

Diddy não prestou depoimento, nem era obrigado a fazê-lo. A defesa não apresentou nenhuma testemunha, o que é comum em julgamentos criminais, uma vez que cabe à acusação provar a culpa do réu.

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