Algodão: municípios pernambucanos buscam reintroduzir cultura para gerar emprego e renda
Em 2024, o IPA e a Embrapa Algodão realizaram o cultivo experimental da fibra natural nas cidades de Araripina, Ibimirim, e Serra Talhada, no Sertão; e em Caruaru e Belém do São Francisco, no Agreste
A cultura do algodão, cultivada fortemente em Pernambuco até o início da década de 1980, está sendo reintroduzida no Estado a partir de estudos desenvolvimentos pelo Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), em parceria com a Embrapa Algodão, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Campina Grande, na Paraíba.
Com isso, os municípios pernambucanos, como Taquaritinga do Norte, no Agreste, estão buscando parcerias para voltar a plantar a fibra natural que foi dizimada no Estado devido ao bicudo do algodoeiro. Na cidade, o algodão já foi símbolo de desenvolvimento.
Em janeiro deste ano, a secretaria de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente de Taquaritinga do Norte e produtores do município visitaram a Embrapa Algodão para reintroduzir o cultivo na região, com o intuito de fortalecer a economia local e gerar empregos.
Segundo o secretário da pasta, Renan Fagundes, o encontro teve como objetivo buscar novas tecnologias para combater pragas que afetam as plantações de algodão. A expectativa é de que um acordo entre a prefeitura e a Embrapa seja firmado para auxiliar os produtores no cultivo.
“Descobrimos que a Embrapa tem um bom trabalho na questão de sementes mais resistentes, inclusive até sementes transgênicas e também formas de plantio que ajudam a combater algumas pragas que ainda não se tem resposta. Esse novo cultivo que nós chamamos de agroecologia tem um valor agregado até melhor no mercado do que o algodão convencional”, destacou Fagundes.
Para que a retomada do algodão no município seja possível, a prefeitura está realizando uma mobilização para auxiliar os agricultores.
“Nós estamos conversando com algumas empresas do setor para abrir esse mercado e vamos tentar dar esse apoio, principalmente, no que diz respeito ao preparo do solo, fornecimento das sementes e assistência técnica”, reiterou o secretário.
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Plantio experimental
Em 2024, o IPA e a Embrapa realizaram o cultivo experimental do algodão nas cidades de Araripina, Ibimirim, e Serra Talhada, no Sertão; e em Caruaru e Belém do São Francisco, no Agreste.
Os experimentos foram conduzidos com o objetivo de testar o comportamento de variedades de algodão branco e colorido em diversos ambientes, analisando seu desempenho em diferentes tipos de solo e condições climáticas.
De acordo com o pesquisador e coordenador do Programa do Algodão do IPA, Antônio Félix da Costa, os resultados obtidos foram positivos e favoráveis à reintrodução da cultura no Estado.
“Em todas essas áreas ficou mais do que provado que o algodão é viável e que sendo conduzido de modo correto, com o produtor aplicando as técnicas disponíveis, tem uma forte cultura garantida ao produtor. Então é possível sim a gente já afirmar que o algodão é viável para o nosso agricultor”, afirmou.
Além das pesquisas realizadas junto à Embrapa, o IPA realiza outros trabalhos com o médio e grande produtor e o agricultor familiar.
Segundo Antônio, para o pequeno produtor, é necessária uma sistemática de produção com a participação dos governos estadual e municipais, o IPA, a Embrapa, uma unidade certificadora e empresas que se comprometam a comprar o algodão produzido.
A sugestão das entidades de pesquisa é que os agricultores familiares cultivem o algodão colorido natural, tipo que não precisa de tingimento e tem como foco a sustentabilidade econômica e ambiental.
“Para o pequeno agricultor, trabalhamos com todas essas entidades, portanto vai do apoio da extensão rural à compra do algodão futuramente, porque não adianta esse pequeno produtor produzir e depois não encontrar a quem vender. A gente precisa ter o apoio de todas essas entidades e dos governos estadual e municipal para ajudar o produtor, inclusive no preparo da terra, na distribuição de sementes, e em todos os aspectos”, pontuou o pesquisador.

