Sáb, 20 de Dezembro

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Economia

Bancários não farão greve por salários

Trabalhadores fecharam acordo bianual em 2016, que garantiu reajuste de 2017. Agora vão tratar de questões sociais

Evento do ano passado também foi bastante prestigiadoEvento do ano passado também foi bastante prestigiado - Foto: Bruno Campos/Arquivo Folha

Diversas categorias de trabalhadores já deram início às campanhas salariais para poder garantir, mesmo neste cenário de crise, aumentos de rendimento no início de 2018. Os bancários, por sua vez, não estão preocupados com o índice de reajuste. É que a categoria fechou um acordo válido por dois anos em 2016 e, por isso, já tem o próximo reajuste garantido. O trato ainda significa que, pela primeira vez em 13 anos, a população brasileira pode não ter que enfrentar uma greve no serviço bancário em 2017.

“Percebemos que o cenário seria difícil neste ano, por isso propusemos um acordo bianual no ano passado. E isso nos garante a reposição do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mais 1% de ganho real a partir de 1º de setembro. Os benefícios também terão a reposição da inflação. Por isso, pelo menos por remuneração, não haverá greve dos bancários neste ano”, explicou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Roberto von der Osten, frisando que paralisações podem ser deflagradas por outros motivos, se necessário.

“Nossa campanha será diferente neste ano. Não vamos tratar de remuneração, mas vamos lutar em defesa dos bancos públicos e do emprego bancário”, acrescentou a presidente do Sindicato dos Bancários em Pernambuco, Suzineide Rodrigues. Ela explicou que, diante do movimento de privatizações e concessões conduzido pelo governo federal, a categoria teme que a Caixa Econômica Federal, responsável pela execução de programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida, também seja entregue à iniciativa privada e, assim, perca seu caráter social. Além disso, os bancários têm medo de serem substituídos por funcionários terceirizados devido às possibilidades abertas pela Reforma Trabalhista. “Então, se for preciso, podemos fazer greve para defender os empregos e os bancos públicos”, frisou Suzineide.

Ela reconheceu, por sua vez, que o que sempre leva os bancários a cruzarem os braços no final do ano são os impasses relativos às negociações salariais. E isso não vai acontecer neste ano devido ao acordo fechado em 2016. "As cláusulas econômicas e sociais já estão garantidas", reforçou, dizendo que esse acordo de dois anos é inédito e só foi possível por conta da realização de um movimento paredista forte - em 2016, os bancários passaram 31 dias em greve entre setembro e outubro.

Frente
Para garantir que a Caixa continue sendo pública, a categoria lançou uma Frente Parlamentar Mista em defesa dos bancos públicos. O movimento é conduzido pelo líder do PT no Senado, Lindbergh Farias, e foi lançada esta semana na Câmara dos Vereadores do Recife. A expectativa é que, nas próximas semanas, a deputada estadual Teresa Leitão (PT) instaure esta frente também na Assembleia Legislativa.

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