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Banco Central

Câmbio depende mais de movimentos do dólar que do real, diz diretor de política monetária do BC

Nilton David esteve em evento organizado pelo Citi Brasil em São Paulo

Dólar americano - Diretor do BC, Nilton David, diz que mudanças no câmbio dependem atualmente mais do comportamento do dólar do que dos movimentos da moeda brasileiraDólar americano - Diretor do BC, Nilton David, diz que mudanças no câmbio dependem atualmente mais do comportamento do dólar do que dos movimentos da moeda brasileira - Foto: Pexels/Reprodução

O diretor de política monetária do Banco Central (BC), Nilton David, disse nesta quarta-feira que mudanças no câmbio dependem atualmente mais do comportamento do dólar do que dos movimentos da moeda brasileira.

Segundo ele, o aumento das incertezas globais, com a chegada de um novo governo de Donald Trump nos Estados Unidos, tem pesado mais, especialmente pela atuação mais intervencionista do republicano, que surpreendeu o mercado.

Durante participação na 17ª edição da Equity Conference, promovida pelo Citi Brasil em São Paulo, David lembrou que, no ano passado, a expectativa dos investidores era de que Trump adotasse uma postura com foco na desregulamentação. Com o tempo, no entanto, seguiu para viés “mercantilista”, com maior intervenção econômica.

— Ao longo do ano, o Trump mercantilista começou a aparecer. Não que ele não estivesse ali, mas eu acho que o foco não tinha sido esse.

Sobre a condução da política monetária, David afirmou que o Banco Central não toma decisões com base em um único dado, mas em uma série de indicadores econômicos.

Ele explicou que o anúncio recente de manter a Selic em um patamar elevado por um período bastante prolongado, como registrado na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), significa que o BC precisa de tempo para acompanhar a evolução consistente desses dados, sem fixar um prazo.

— O "bastante prolongado" quer dizer que a gente vai precisar de bastante tempo para ver essa série evoluir como a gente quer. Agora há sinais de que a política monetária está funcionando e que a economia está de certa forma voltando para um ritmo mais dentro do potencial. Hoje o Brasil está em um nível acima do seu potencial — disse.

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