Ceasa-PE: 63 anos de história, modernização e compromisso com Pernambuco
Com foco em tecnologia, sustentabilidade e inclusão social, a instituição celebra avanços que a colocam entre as mais modernas do Brasil
“Quanto mais o tempo passa, melhor fica o Ceasa”, é o que avalia o presidente do Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco, Bruno Rodrigues. O Ceasa mais antigo do Brasil completa, hoje, 63 anos de funcionamento, com um balanço que reflete modernização, responsabilidade social e inovação tecnológica.
Gestão moderna
À frente da instituição, Bruno Rodrigues destaca que o Ceasa-PE vive um dos períodos mais transformadores de sua história. “Nós avançamos bastante nesse tempo de gestão. Hoje, posso afirmar que o Ceasa Pernambuco é um dos mais modernos do país”, ressaltou.
Rodrigues também preside a Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (Abracem), posição que o permite conhecer a realidade de entrepostos em todo o território nacional. “Eu rodo o Brasil inteiro e posso dizer com segurança: o Ceasa-PE está muito bem colocado em termos de gestão. Somos a maior central do Norte e Nordeste e a quarta do país”, destacou.
Tecnologia e inovação
Entre as principais mudanças, o presidente cita a aposta na transformação digital. O Labitec – Laboratório de Inovação Tecnológica é o primeiro entre todas os Ceasas do Brasil. “Foi aqui que criamos o Romaneio Express, um sistema que automatiza a entrada de caminhões e elimina o processo manual de pagamento, por meio do CeasaPay”, explicou Bruno Rodrigues.
Novas balanças instaladas no Ceasa-PE | Foto: Edson Ronaldo/CeasaOutro destaque é o CeasaMais, primeiro marketplace de uma central de abastecimento no país. “Muita gente achou que tiraria vendas dos permissionários. Aconteceu o contrário: criamos mais um canal de comercialização. Hoje, quase metade dos 1.350 permissionários já aderiu à plataforma”, contou.
O sistema permite compras online com emissão de nota fiscal, leilão reverso para redução de preços e logística otimizada. “Esse modelo foi tão bem-sucedido que já está sendo implantado em outras centrais do Brasil”, ressaltou o gestor.
Infraestrutura
O Ceasa passou também por um processo de modernização estrutural, incluindo a reestruturação da rede elétrica e investimentos em autossuficiência energética. Foram instalados 10 geradores de 500 kVA, capazes de abastecer uma pequena cidade.
“Entramos no mercado livre de energia, o que reduziu em 35% os custos da conta. Esse ganho foi revertido em novos investimentos. Agora, nosso próximo passo é adotar energia solar, aproveitando os telhados dos galpões para gerar energia limpa e sustentável”, adiantou Rodrigues.
A empresária Alexsandra Albuquerque, proprietária da Albuquerque Hortifruti, confirma que as mudanças trouxeram reflexos positivos. “Quando havia falta de energia, era muito difícil, atrapalhava demais nossa logística. Mas percebemos a diferença depois da reestruturação, e o trabalho foi feito aos domingos e sem prejudicar o movimento. Toda melhoria é bem-vinda, e essa foi essencial para o nosso negócio”, afirmou.
A empresária Alexsandra Albuquerque, proprietária da Albuquerque Hortifruti | Foto: Artur Cavalcanti Valorização
A gestão também priorizou o bem-estar dos servidores e colaboradores do centro. “Temos funcionários com mais de 50 anos de casa. São pessoas que fazem o Ceasa funcionar todos os dias e merecem respeito e valorização”, pontuou Bruno Rodrigues.
Entre as melhorias estão vestiários novos, refeitórios equipados, armários individuais, além de espaços de convivência e banheiros reformados.
“O setor de manutenção, por exemplo, ganhou uma estrutura completamente renovada, com copa equipada e toalhas personalizadas. É uma questão de dignidade e reconhecimento. Fiquei emocionado com o depoimento de um servidor que disse nunca ter sido tão bem tratado quanto agora”, revelou.
Impacto social
Na agenda ambiental, o Programa de Compostagem se destaca, evitando o descarte de resíduos orgânicos e reduzindo milhares de toneladas de CO. Mas é na área social que Bruno Rodrigues demonstra maior orgulho.
“Temos um carinho especial pelo Sopa Amiga. Quando cheguei, o programa distribuía cerca de 350 mil refeições por ano. Hoje, entregamos mais de 1,1 milhão de porções e o mesmo número de pães”, contou. O projeto atende 119 entidades, entre creches, escolas e instituições sociais na Região Metropolitana e no interior.
O pão distribuído é produzido por alunos da escola de panificação criada dentro do Ceasa, que já formou mais de 1.100 profissionais. “Ver que um trabalho social pode gerar emprego e dignidade é algo que me deixa muito orgulhoso”, afirmou o presidente.
Para os próximos anos, Bruno Rodrigues projeta a expansão do modelo Ceasa. O projeto é uma parceria entre o governo do estado, as prefeituras e o Ceasa, que fará a administração dos novos polos. “A governadora Raquel Lyra tem sido uma parceira importante nesse processo de modernização”, reconheceu o presidente.
Outro projeto de longo prazo prevê a ampliação da área do Ceasa Recife, que já ocupa 32 hectares e 56 galpões totalmente ocupados. “Com isso, poderemos nos tornar a segunda maior central do Brasil em movimentação e faturamento”, adiantou.





