China pode incluir tarifas sobre produtos agrícolas dos EUA e veto a filmes de Hollywood
Medidas estariam em análise, segundo pessoas próximas ao governo chinês, e seriam resposta à taxa adicional de 50% que Trump ameaçou aplicar sobre itens importados da China
Após a China afirmar que "vai lutar" até o fim na guerra comercial com os EUA, duas pessoas ligadas ao governo chinês disseram que Pequim avalia elevar tarifas sobre produtos agrícolas dos EUA e até banir filmes de Hollywood.
As medidas seriam respostas à promessa do presidente americano, Donald Trump, de impor uma taxa adicional de 50% sobre os produtos chineses.
O governo chinês poderia ainda abrir uma investigação sobre os lucros das empresas americanas com propriedade intelectual no país. A lista de medidas foi publicada nas redes sociais de dois influentes blogueiros ligados à gestão de Xi Jinping.
EUA e China travam uma guerra comercial. Na semana passada, os EUA anunciaram tarifas recíprocas sobre mais de cem países no mundo, com piso de 10% sobre importações americanas. No caso chinês, a alíquota anunciada e que está prevista para entrar em vigor amanhã, é de 34%.
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A China revidou e, na sexta-feira passada, afirmou que elevaria a tarifa de importação sobre produtos americanos na mesma magnitude, ou seja, 34%. Essa tarifa adicional seria aplicada a partir da próxima quinta-feira, dia 10 de abril.
Trump não se deu por vencido e ontem afirmou que, se a China não retirar a ameaça de sobretaxar itens americanos, vai impor uma tarifa adicional de 50% sobre produtos chineses.
Com isso, a tributação sobre mercadorias importadas da China pelos EUA alcançaria 104% (20% já vigentes, mais 34% que entrariam em vigor amanhã, mais ameaça de 50% adicionais).
Trump deu prazo até hoje para os chineses voltarem atrás na medida anunciada na semana passada. Mas a China não parece que vai desistir. Na manhã desta terça-feira, o ministro de Relações Internacionais chinês, Wang Yi, afirmou que o país "vai revidar até o fim" caso os EUA continuem a impor tarifas sobre as importações.
O ministro chinês, no entanto, reforçou a visão de que ninguém ganha em uma guerra comercial.
— Guerras comerciais e guerras tarifárias não têm vencedores, e o protecionismo não tem saída — afirmou Wang Yi.

