Sex, 05 de Dezembro

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CPI vota requerimentos e ouve diretora da CGU que investigou fraude de descontos do INSS

Parlamentares querem dados sobre a Associação Mutualista de Benefícios Coletivos

Instalação da CPI Mista do INSS no Congresso Nacional em 20 de agosto Instalação da CPI Mista do INSS no Congresso Nacional em 20 de agosto  - Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

A CPI do INSS vai ouvir, nesta quinta-feira, a diretora de previdência da Controladoria-Geral da União (CGU), Eliane Mota. Através do depoimento dela, o colegiado tenta esclarecer detalhes sobre as auditorias feitas pela CGU em relação a descontos do INSS. Em mais de uma ocasião, no ano passado, a CGU alertou o INSS sobre descontos indevidos.

Já em um relatório da CGU divulgado em maio deste ano, o órgão aprofundou as evidências das supostas fraudes no INSS ao identificar indícios de inclusões irregulares em massa de descontos desde 2016, com mais intensidade nos anos de 2018, 2023 e 2024. O relatório apontou 59 situações "em que houve ao menos 50 mil inclusões de descontos em benefícios por uma mesma entidade" em um único mês, o que levanta suspeitas porque significaria a média de 2.500 autorizações de descontos de beneficiários do INSS por dia útil.

A CPI também votará 56 requerimentos de informações a diferentes órgãos. Um deles pede para que o ministro da CGU, Vinícius Marques de Carvalho, envie dados sobre a Associação Mutualista de Benefícios Coletivos (Ambec).

 

Na sessão na última segunda-feira, o advogado Eli Cohen, um dos primeiros a descobrir o esquema de descontos indevidos em aposentadorias, apresentou números que comprovariam o "crescimento vertiginoso" da Ambec entre 2021 e 2024. O faturamento da associação teria somado R$ 178 milhões entre 2019 e 2024.

O inquérito da Polícia Federal também cita que Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, atuaria como procurador da associação. Careca é apontado como operador central, responsável por intermediar as relações entre associações fraudulentas e servidores públicos.

Relatórios da PF indicam que Antunes movimentou R$ 53 milhões em valores oriundos de entidades sindicais e empresas relacionadas, muito acima da renda mensal de R$ 24 mil que declarava oficialmente. Parte desses recursos teria sido usada para comprar presentes a dirigentes do INSS, como um veículo Porsche de R$ 500 mil transferido para a esposa de um procurador do órgão.

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