Sáb, 06 de Dezembro

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BRASIL

Depois do México, comitiva de brasileiros viaja ao Canadá, em busca de mais comércio

Ida de integrantes do governo e representantes do setor privado acontece em meio a tarifaço dos EUA

Palácio do Itamaraty, no Distrito FederalPalácio do Itamaraty, no Distrito Federal - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Depois do México, agora é a vez de governo e setor privado brasileiros procurarem o Canadá, em busca de abertura para produtos brasileiros que passaram a ser sobretaxados em 50% pelos Estados Unidos. Uma missão estará em Toronto, entre esta quarta e sexta-feira, para participar de um encontro entre empresários dos dois países.

A comitiva é formada por representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), do Itamaraty, da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e da Câmara de Comércio Brasil-Canadá.

A ida da missão ocorre cerca de uma semana depois da reabertura das negociações para um acordo de livre comércio entre Mercosul e Canadá. De acordo com a ApexBrasil, entre os principais setores a se beneficiarem com o futuro tratado, estão os de alimentos e bebidas, indústria, serviços e empresas de base tecnológica brasileira dos segmentos de soluções financeiras, biotecnologia, energias renováveis e agronegócio.

"O objetivo da iniciativa é fortalecer os laços comerciais entre os dois países e promover oportunidades de negócios, parcerias estratégicas e investimentos bilaterais, no contexto dos esforços de diversificação de mercados também realizados na recente Missão Empresarial ao México", diz uma nota divulgada pela agência.

 

A programação do evento inclui rodadas de negócios, visitas técnicas e eventos de networking com empresas canadenses interessadas em expandir sua atuação no mercado brasileiro. Também fará parte da agenda o seminário “Doing Business in Brazil”, como foco na promoção do ambiente de negócios brasileiros junto a potenciais parceiros canadenses.

Entre 2022 e 2024, o Brasil passou de 11° para 9° fornecedor do Canadá. Aeronaves e partes e semiacabados de ferro/aço puxam o avanço em bens industriais. Além disso, máquinas elétricas e motores de pistão sinalizam potencial de diversificação.

Em 2024, a balança comercial entre os dois países teve um saldo positivo de US$ 3,5 bilhões para o Brasil, que exportou US$ 6,3 bilhões e importou US$ 2,8 bilhões. Entre 2014 e 2024, as exportações brasileiras ao território canadense tiveram um crescimento médio de 10,6%.

Um estudo recente da ApexBrasil, intitulado ‘Diversificação de Mercados – Análise de dependência por Estado Brasileiro’ aponta o Canadá como estratégico para exportações de diversos produtos brasileiros, em meio ao tarifaço promovido pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Entre as oportunidades de exportações brasileiras para o Canadá listadas no estudo estão: produtos semimanufaturados, de outras ligas de aço; mármore; aviões; sebo de bovinos, ovinos e caprinos; "dumpers" concebidos para serem utilizados fora de rodovias; e castanhas-da-Amazônia.

No início deste mês, o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, viajou à Cidade do México, acompanhado dos ministros do Planejamento e da Agricultura, Simone Tebet e Carlos Fávaro. Entre os resultados, os dois países combinaram de se debruçar, nos próximos 12 meses, sobre a proposta de ampliação dos acordos vigentes de comércio exterior e investimentos recíprocos.

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