Sáb, 06 de Dezembro

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EDUCAÇÃO

Estudo mostra que ensino superior antecipa em 15 anos a renda média de trabalhadores brasileiros

Levantamento nacional aponta que profissionais com graduação ganham até 160% mais que quem tem apenas o ensino médio

Levantamento destaca diferenças entre média salarial de diversos níveis de escolaridadeLevantamento destaca diferenças entre média salarial de diversos níveis de escolaridade - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Um levantamento nacional revelou que a educação formal tem impacto direto na renda do trabalhador brasileiro, antecipando em cerca de 15 anos o patamar salarial médio de quem possui apenas o ensino médio.

O estudo, elaborado pela empresa de soluções educacionais Unico Skill, utilizou dados da Pnad Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referente ao segundo trimestre de 2025 e do Censo Escolar 2024 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para traçar o efeito da escolaridade sobre a progressão de renda ao longo da vida profissional.

De acordo com os dados, o salário médio de quem tem ensino superior (R$ 6.522) equivale ao que um profissional com ensino médio (R$ 2.509) só alcançaria após 15 anos de trabalho, considerando um reajuste médio anual de 6,35%, variação composta do salário mínimo na última década.

A análise mostra que a graduação antecipa uma década e meia de evolução financeira e amplia o acesso a posições de maior responsabilidade e autonomia.

“Essa vantagem de 15 anos traz um impacto profundo na vida de qualquer pessoa porque amplia suas perspectivas de futuro e abre portas que permaneceriam fechadas por muito tempo. Estamos falando de acesso a posições de liderança, projetos mais desafiadores e a possibilidade de moldar a própria trajetória profissional desde cedo”, explica a pesquisadora formada pelo Instituto de Copenhagen de Estudos Futuros e líder de projetos estratégicos da Unico Skill, Isabela Melnechuky Cavalcanti de Albuquerque.

Desigualdade de renda e escolaridade
O levantamento também indica que a diferença salarial cresce conforme o nível de escolaridade avança. O trabalhador com ensino fundamental (R$ 2.137) levaria 18 anos para atingir o rendimento médio de um graduado, enquanto alguém sem instrução formal (R$ 1.662) precisaria de 22 anos para alcançar o mesmo valor.

“Os números comprovam que a educação continua sendo o meio mais efetivo para o brasileiro conseguir melhorar sua renda”, afirma Isabela.

“E isso tem ficado ainda mais evidente diante da transformação tecnológica pela qual estamos passando. As empresas estão valorizando cada vez mais profissionais com capacidade analítica, pensamento crítico e adaptabilidade, e estudar é a maneira mais eficiente para desenvolver essas habilidades”.

De acordo com os dados, a renda média aumenta 28,6% ao passar do analfabetismo para o ensino fundamental, 14,6% do fundamental para o médio e 159,9% do médio para o superior.

Na prática, quem conclui a graduação ganha, em média, 2,7 vezes mais que quem parou no ensino médio e quase quatro vezes mais (292,4%) que quem não estudou.

Isabela destaca ainda que o benefício da qualificação ocorre antes mesmo da conclusão do curso superior.

“Quanto mais o profissional se qualifica, mais ele passa a fazer parte de um grupo restrito e disputado no mercado. E o mais interessante é que essa valorização acontece mesmo antes da pessoa receber o diploma”, observa.

“O aprendizado é um processo gradual de transformação que começa no primeiro dia de aula, não na cerimônia de formatura".

O valor de continuar estudando
Os números mostram que cada ano de estudo representa um ganho potencial de renda: 2,8% no ensino fundamental, 4,7% no médio e 27% no superior, segundo o ritmo médio de crescimento salarial em cada etapa. Essa progressão reforça a importância do lifelong learning, ou seja, a prática de continuar aprendendo ao longo da vida profissional.

Além dos ganhos financeiros, o estudo aponta que a educação também reduz o risco de desemprego. Profissionais com ensino superior completo têm menos da metade da probabilidade de ficar desempregados em comparação aos que concluíram apenas o ensino médio (3,5% contra 8%), e o índice é até seis vezes menor em relação a quem não terminou o fundamental (3,5% contra 21,1%).

Com informações da assessoria
 

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