Exportadores de carne bovina preveem alta nas vendas ao exterior, mesmo com tarifaço de Trump
Segundo presidente da Abiec, vendas devem subir 12% em volume e 14% em dólares
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, afirmou que o tarifaço dos Estados Unidos não deve provocar queda nas exportações globais do setor em 2025.
Ao contrário, Pedrosa prevê altas de 12% em volume e 14% em valores das vendas brasileiras ao exterior em relação ao ano passado.
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Perosa disse que ainda não deu para calcular o impacto da sobretaxa de 50% sobre carne bovina do Brasil. Afirmou que isso só será possível neste mês de setembro.
— O mês de setembro será um teste para o apetite dos americanos pela carne brasileira. A sobretaxa entrou em vigor no mês passado e somente agora podemos ter algo mais claro a respeito — disse o executivo.
Dados da Abiec mostram que, de janeiro a agosto deste ano, o Brasil exportou US$ 1,22 bilhão para os EUA, o equivalente a um aumento de 68,9%. Em volume, foram 209 mil toneladas, com uma alta de 71,5%. Durante todo o ano passado, as vendas somaram US$ 1,35 bilhão, o correspondente a 229 mil toneladas.
Levando em conta as exportações de carne bovina para 164 países, houve um crescimento de 32,9% em valor e 15% do volume embarcado nos oito primeiros meses do ano. O Brasil vendeu US$ 10,5 bilhões, ou 2,08 milhões de toneladas.
Os EUA, que ocupavam a segunda posição como mercado de destino para a carne brasileira, caíram para o oitavo lugar em agosto, quando a sobretaxa começou a vigorar. China, Rússia, México, Chile, União Europeia, Filipinas e Egito lideram o ranking.
No entanto, Perosa enfatizou que os EUA são um mercado estratégico para o Brasil, que precisa ser reconquistado. Por isso, ele avalia que um esforço nesse sentido deve ser feito.
— Temos reiterado ao governo brasileiro para que continue as negociações e a gente possa retornar para esse mercado — afirmou o presidente da Abiec.
Ele explicou que essa perspectiva otimista quanto às exportações se deve a alguns fatores. Um deles é que, em um balanço do mercado mundial, a Austrália está vendendo mais carne para os EUA e, com isso, deixa de atender aos países asiáticos, que é aonde o Brasil que chegar.
Outro motivo é a abertura de novos mercados. Indonésia, Filipinas, Malásia e Japão são exemplos de países que já compram ou estão prestes a adquirir carne bovina brasileira.

