Fávaro diz que governo fará nova reunião para discutir medidas de contenção à inflação dos alimentos
O ministro da Agricultura negou surpresas e medidas heterodoxas para conter a alta dos alimentos
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o governo está buscando soluções técnicas e estruturais para garantir a estabilidade dos preços dos alimentos no Brasil.
Após se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Fávaro afirmou que “não terão medidas heterodoxas”, mas sim um conjunto de ações graduais para conter a alta dos preços e estimular a produção.
Ele ainda adiantou que, nesta quinta-feira, será realizada uma reunião mais ampla com a participação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A alta dos alimentos é uma preocupação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não há espaço fiscal para medidas emergenciais de redução de preços no curto prazo.
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Diante desse cenário, Fávaro ressaltou que a desvalorização do dólar e a previsão de uma supersafra devem contribuir para a estabilidade dos preços.
Segundo o ministro, com a queda do dólar e a chegada de uma “grande safra”, os preços devem ceder mais um pouco. Além disso, um novo Plano Safra está em discussão para estimular a produção.
"São medidas passo a passo, sem nenhuma surpresa, sem pirotecnia", concluiu o ministro.
O ministro ainda negou que a redução da alíquota de importação seja uma afronta à agropecuária brasileira e afirmou que a medida, se adotada, será pontual e equilibrada, sem prejudicar a produção interna.
— Vamos desmitificar isso. Não é uma medida para importar alimento, para afrontar a agropecuária brasileira. De jeito nenhum. Mas pontualmente, se tiver — disse.
O ministro também defendeu as exportações, destacando que recordes no setor impulsionam a economia, geram empregos e aumentam a renda da população, o que fortalece o poder de compra dos brasileiros.
Na semana passada, o ministro Rui Costa ( Casa Civil) afirmou que o governo vai reduzir alíquotas para conter a alta no preço dos alimentos.
— Se os preços desses produtos no mercado internacional estiverem mais baixos do que no mercado nacional, isso será rapidamente analisado e a alíquota de importação desses produtos será reduzida. Ou seja, os produtos que estejam com o preço interno maior do que o preço externo, nós atuaremos na redução de alíquota para forçar o preço a vir pelo menos para o patamar internacional — disse Costa.