Haddad diz que parcerias devem ser necessárias para reerguer Correios e cita interesse da Caixa
Mais cedo, Lula descartou a privatização, mas que poderia aceitar transformar a estatal em uma empresa de economia mista.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira que os Correios devem precisar de uma parceria para conseguir se reestruturar e citou o interesse da Caixa Econômica Federal.
— Eu acredito que uma parceria será necessária, que pode ser de várias formas, mas vejo como promissor esse caminho. Tem interessados em parceria, inclusive de empresa estatal, a Caixa — disse Haddad em conversa com jornalistas nesta quinta-feira.
O ministro afirmou que o banco público está estudando algumas possibilidades, mas que não tem nada firme, até porque a discussão começou há pouco tempo.
— A capilaridade dos Correios interessa aos produtos que a Caixa oferece. A Caixa está estudando algumas possibilidades. Tem nada firme ainda, porque é tudo muito recente, mas tem muita gente já fazendo conta.
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Mais cedo, Lula descartou a privatização dos Correios, mas que poderia aceitar transformar a estatal em uma empresa de economia mista.
— Enquanto eu for presidente não tem privatização. O que podemos ter é parceria com empresas, como italianos que têm interesse em parceira. Pode ter parceria, economia mista, mas privatização não vai ter — disse Lula.
Segundo o ministro, o empréstimo de R$ 12 bilhões que a empresa está negociando com um grupo de bancos é justamente para dar fôlego para estatal buscar saídas para se reestruturar com a "liberdade" dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Haddad ainda afirmou que a decisão do Tesouro Nacional sobre a garantia da União ao empréstimo deve sair até amanhã.
— O empréstimo é para resolver, não é para adiar o problema, é para resolver o problema. Esse é o compromisso que nós fizemos, até pela surpresa do número (de prejuízo)
O ministro também minimizou a diferença entre o pleito da empresa, de R$ 20 bilhões, e o valor que deve ser liberado de empréstimo, de R$ 12 bilhões.
— Nem é bom fazer um volume de empréstimo global sem ter uma reestruturação, precisa acompanhar essa reestruturação.
Haddad ainda disse que os Correios e a Eletronuclear são os dois casos de estatais que realmente geram preocupação e que é importante diferenciar o déficit que é causado por investimentos das empresas.

