Sáb, 06 de Dezembro

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BRASIL

Indústria pede negociação e não retaliação, após Trump aplicar exceções ao tarifaço

Confederação Nacional da Indústria também propôs ao governo federal medidas para atenuar efeitos da sobretaxa

Cédula de 100 dólares americanos Cédula de 100 dólares americanos  - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou nesta quarta-feira que a imposição de tarifa de 50% para os produtos brasileiros, oficializada por decreto publicado pelo governo americano, causa "grande preocupação", pois compromete cadeias produtivas, reduz a produção, ameaça empregos e investimentos e contratos de longo prazo.

A entidade descarta, contudo, a possibilidade de retaliação, e reforça que o país deve se manter unido e ampliar os canais de diálogo e de negociação com os Estados Unidos.

— A confirmação da aplicação da sobretaxa sobre os produtos brasileiros, ainda que com exceções, penaliza de forma significativa a indústria nacional, com impactos diretos sobre a competitividade. Não há justificativa técnica ou econômica para o aumento das tarifas, mas acreditamos que não é hora de retaliar. Seguimos defendendo a negociação como forma de convencer o governo americano que essa medida é uma relação de perde-perde para os dois países, não apenas para o Brasil — afirma o presidente da CNI, Ricardo Alban.

 

O documento da Casa Branca mostra que cerca de 700 produtos brasileiros serão isentos da tarifa de 50% (aumento de 40% nas tarifas já existentes, de 10%). Eles estarão sujeitos à tarifa de 10%.

No entanto, setores como de carnes, café, etanol, máquinas e equipamentos, outros manufaturados ficaram de fora da lista de exceções e enfrentarão o aumento da tarifa.

Do total das exceções previstas, 565 referemse a produtos destinados ao uso da aviação civil. Essas mercadorias não estarão sujeitas à tarifa adicional, desde que comprovadamente destinadas ao setor de aviação civil.

Para mitigar os efeitos da crise, a CNI propôs ao governo medidas como criar linha de financiamento emergencial do BNDES e adiar, por 120 dias.

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