Seg, 08 de Dezembro

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Direitos das Pessoas com Deficiência

Lula veta trecho de lei que previa incentivo ao empreendedorismo para pessoas com deficiência

Governo alega que trechos barrados faziam menção a órgãos extintos e impunham restrições, gerando insegurança jurídica

Lula, presidente do BrasilLula, presidente do Brasil - Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou parte do projeto que atualiza a lei que trata dos direitos das pessoas com deficiência. Sancionada com nove vetos, a nova norma foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (1º).

Entre os trechos barrados está o que previa a inclusão do incentivo ao empreendedorismo entre as diretrizes formais da política nacional voltada a esse público. Segundo o governo, a proposta faz referência a estruturas administrativas que não existem mais e poderia gerar insegurança jurídica, além de conflitos com legislações mais recentes, como a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, equipara à emenda constitucional no Brasil.

Também foram vetados dispositivos que mencionavam a extinta Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência(Corde).Para o Planalto, a referência a estruturas que não existem mais comprometeria a aplicação prática da norma e colocaria em risco a continuidade de políticas públicas já estabelecidas.

Outro trecho vetado previa a reestruturação da Secretaria de Educação Especial no Ministério da Educação. Segundo o Executivo, essa previsão ignora mudanças já feitas na organização administrativa do governo e viola a Constituição ao tratar de tema que é de competência exclusiva do presidente da República.

O governo também barrou uma proposta que permitia condicionar a matrícula de alunos com deficiência em escolas regulares à sua “capacidade de integração”. O argumento é que a educação inclusiva deve ser garantida a todos, sem qualquer tipo de filtro discriminatório.

O governo alegou que os vetos foram recomendados pelos ministérios da Educação, do Trabalho, dos Direitos Humanos e pela Advocacia-Geral da União. O Congresso Nacional ainda irá apreciá-los e decidir se mantém ou derruba os vetos.

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