Nova geração impulsiona demanda por renda fixa
Empresários mais jovens estão cada vez mais dispostos a trocar o crédito bancário tradicional pelo mercado de capitais
Uma mudança geracional silenciosa tem redesenhado o acesso ao crédito entre empresários do Norte e Nordeste. Fundadores mais jovens, à frente de empresas com menos de uma década de atuação, estão cada vez mais dispostos a trocar o crédito bancário tradicional por operações estruturadas de renda fixa no mercado de capitais.
Essa nova geração tem preferido lançar CRIs, CRAs e debêntures, em vez de depender apenas dos bancos. O movimento fortalece a renda fixa como alternativa para empresas que desejam se financiar com mais autonomia. Trata-se de um estímulo para empresários que buscam se aproximar do mercado de capitais sem abrir mão do controle ou comprometer a gestão.
Antes restrita a grandes companhias, a renda fixa começa a se aproximar das médias empresas com o apoio de assessorias financeiras que identificam essa oportunidade fora do eixo tradicional. Arthur Meyer, sócio da Pequod Corporate Advisory — nova divisão da Pequod Investimentos, criada para estruturar operações de M&A e emissões de títulos corporativos — afirma que muitos dos clientes atendidos hoje pela unidade são empreendedores na faixa de 40 a 55 anos, com maior abertura a estruturas financeiras mais sofisticadas.
A nova operação, liderada por Meyer, projeta movimentar até R$ 3 bilhões em emissões estruturadas nos próximos três anos, com foco em empresas médias com faturamento a partir de R$ 50 milhões. A proposta é ocupar um espaço ainda pouco assistido por assessorias especializadas fora do eixo Rio-São Paulo.
A projeção de corte da taxa Selic a partir de 2026 deve acelerar esse movimento. A redução dos juros tende a reprecificar ativos para cima, diminuir o custo do capital e viabilizar projetos hoje paralisados. Além disso, melhora a atratividade da renda fixa para investidores institucionais, criando um ambiente mais propício à expansão desse mercado.
Para uma nova geração de empresários disposta a sair da lógica do financiamento bancário tradicional, a renda fixa se apresenta, cada vez mais, como a avenida natural para financiar a próxima etapa de crescimento das empresas regionais.
Transnordestina avança no Ceará
O Governo do Ceará e a Transnordestina Logística S/A assinam nesta quinta-feira (11) ordem de serviço para iniciar a construção dos 97 km finais da ferrovia no estado, ligando Baturité a Caucaia. A solenidade ocorre no Palácio da Abolição, com a presença do governador Elmano de Freitas e do presidente da TLSA, Tufi Daher Filho. Essa ordem de serviço representa a mobilização de 100% das obras no território cearense. O trecho entre Salgueiro (PE) e Acopiara já está concluído, segundo a concessionária.
Só em 2026
Mas os testes operacionais no trecho da Transnordestina entre Bela Vista (PI) e Iguatu (CE) ficaram realmente para 2026. A Licença de Operação ainda não foi emitida pelo Ibama, travando o cronograma
Crédito em Noronha
A AGE lançou a linha de crédito Cred Noronha, voltada a empreendedores da Ilha. Com valores de até R$ 8 mil para pessoas físicas e R$ 21 mil para MEIs e grupos solidários, a iniciativa busca alavancar o empreendedorismo e mitigar desafios logísticos e ambientais. O acesso ao crédito será facilitado por um agente local na futura Sala do Empreendedor, fruto de parceria com o Sebrae e a Administração da Ilha.
Mobilidade elétrica no Recife
A MotoChefe, maior rede latino-americana de scooters e veículos elétricos de duas rodas, inaugura nesta sexta (12) sua operação em Pernambuco e instala no Recife o centro de distribuição que atenderá todo o Nordeste. A escolha da capital como polo logístico levou em conta a posição estratégica e a demanda por soluções de mobilidade. A nova unidade fica no Pina. Com mais de 300 pontos de venda no país, a marca aposta em custo reduzido, recarga doméstica e autonomia como diferenciais para o consumidor regional.
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