Resiliência elétrica entra na agenda regulatória e mobiliza Neoenergia
A distribuidora foi a primeira a concluir a renovação da concessão dentro de um novo modelo que considera a capacidade de resposta frente aos eventos climáticos
A renovação das concessões de distribuição de energia elétrica no Brasil entrou em uma nova fase. O processo, agora regido por contratos mais rigorosos, metas objetivas e maior exigência de resiliência climática, marca uma inflexão nas regras do setor. A Neoenergia Pernambuco foi a primeira distribuidora do país a concluir, de forma antecipada, a renovação da concessão dentro desse novo modelo, garantindo mais de 30 anos de contrato. Em contrapartida, assumiu compromissos mais severos do ponto de vista regulatório.
Diferente dos modelos anteriores, a renovação deixou de ser onerosa na largada – sem pagamento inicial pela prorrogação – e passou a exigir o cumprimento anual de indicadores técnicos, operacionais e de qualidade. Ganharam protagonismo as cláusulas ligadas à resiliência climática, especialmente aquelas que tratam da capacidade da rede de suportar eventos extremos e do tempo de recomposição do fornecimento em grandes blocos de clientes após apagões causados por chuvas intensas ou ventos fortes.
O objetivo é evitar situações como a registrada recentemente em São Paulo, quando 2,2 milhões de imóveis ficaram sem energia após tempestades com rajadas de vento, escancarando fragilidades no processo de recomposição e colocando a concessionária Enel sob pressão regulatória.
Para prevenir esse tipo de cenário, os novos contratos preveem medição anual rigorosa de desempenho, com indicadores matemáticos adaptados à realidade de cada área de concessão. O descumprimento por dois anos consecutivos pode resultar na penalidade máxima: a perda da concessão. Trata-se de uma mudança estrutural na relação entre as distribuidoras e o poder concedente.
Outro diferencial dos novos contratos é a inclusão da “voz do cliente” como eixo central de avaliação. Passam a ser considerados indicadores como registros na plataforma consumidor.gov, pesquisas de satisfação e métricas sobre a percepção dos usuários em relação à qualidade dos serviços. O relacionamento com centros industriais e agências reguladoras também entra no radar da fiscalização.
No caso da Neoenergia Pernambuco, a empresa afirma que a renovação antecipada só foi possível devido ao preparo prévio para esse novo cenário. A distribuidora vem investindo continuamente em automação da rede, modernização de subestações e ampliação da robustez do sistema. No novo ciclo de investimentos de cinco anos, estão previstos R$ 6,1 bilhões.
Parte relevante será destinada a tecnologias que reduzem o impacto de eventos climáticos e aceleram o restabelecimento do fornecimento. Equipamentos com sensores inteligentes permitem leitura em tempo real das correntes elétricas, identificando curtos-circuitos e distinguindo falhas provocadas por cabos partidos. Quando detectam que a falha não tem origem física, o sistema realiza automaticamente a transferência de carga com apoio de inteligência artificial. São equipamentos interligados, que se comunicam entre si, garantindo maior agilidade, qualidade e segurança operacional, mesmo em condições adversas.
O novo modelo sinaliza uma guinada na lógica regulatória do setor elétrico. A estabilidade contratual permanece, mas passa a depender de desempenho consistente e comprovado, ano após ano. Diante de eventos climáticos cada vez mais frequentes e intensos, o recado do regulador é claro: quem não responder com eficiência pode perder o direito de operar. A resiliência elétrica está definitivamente no centro da agenda regulatória, política e social.
Leilão da Compesa
O leilão das concessões parciais da Compesa, marcado para 18 de dezembro, na B3 em São Paulo, despertou grande interesse do mercado: mais de 40 empresas demonstraram intenção de participar, enviando executivos para levantar dados e visitar unidades da estatal, segu do secretário da Casa Civil, Túlio Vilaça. A abertura formal das propostas acontecerá no dia 11 de dezembro, conforme cronograma do edital. O leilão vem sendo considerado um dos mais importantes do setor.
Neonergia e Compesa
A Neoenergia vai direcionar parte dos R$ 6,1 bilhões previstos em investimentos no próximo ciclo de cinco anos para reforçar a infraestrutura elétrica que atende sistemas essenciais, como o abastecimento de água operado pela Compesa em Pernambuco. O objetivo é assegurar fornecimento estável de energia para estações de tratamento, bombeamento e distribuição, consideradas críticas para o acesso da população à água e sucesso da nova gestão pós-leilão.
Caixa na Ferreira Costa
A Caixa Econômica Federal realiza, de 15 a 19 de dezembro, das 9h às 17h, uma ação itinerante do programa Reforma Casa Brasil na loja Ferreira Costa da Imbiribeira, no Recife. O objetivo é facilitar o acesso ao crédito para reforma de imóveis urbanos. Durante a ação, o público terá acesso a simulações de financiamento, informações sobre limites de crédito, taxas, documentação e condições para contratação.
Prêmio da Fecomércio
O presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-PE, Bernardo Peixoto, promove jantar de confraternização no dia 17 de dezembro, na Casa do Comércio, para entreguar o Troféu Parlamentar Amigo do Comércio 2025.
Reconhecimento ESG
A Fiepe divulgou os vencedores do 9º Prêmio ESG 2025. No grupo de micro e pequenas empresas, foram reconhecidas Biofábrica de Corais, Confort Ar Climatização, Lapon, Reeecicle e Terplas. Entre as médias e grandes, levaram o prêmio Usina Cucaú do Grupo EQM, Suape, Tron, Masterboie Tambaú. Os projetos destacam ações de sustentabilidade, inovação ambiental e impacto social em diferentes regiões do estado.
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