Situação dos Correios piora e prejuízo da estatal chega a R$ 6 bi até setembro
De acordo com comunicado interno, no terceiro trimestre, a empresa teve nova redução de receitas e aumento nas despesas operacionais
Os Correios registraram prejuízo de R$ 6 bilhões até o terceiro trimestre deste ano. O resultado até setembro ainda não foi divulgado para o público, mas foi aprovado pelo Conselho de Administração da empresa na tarde desta sexta-feira. A previsão é que o resultado completo seja anunciado ainda hoje.
De acordo com comunicado interno, no terceiro trimestre, a empresa teve nova redução de receitas e aumento nas despesas operacionais, além de maior exigência na gestão de obrigações judiciais e trabalhistas.
Até junho, a empresa havia registrado prejuízo acumulado de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre de 2025. Apenas no segundo trimestre, entre abril e junho, o resultado negativo atingiu R$ 2,6 bilhões, quase cinco vezes o registrado em igual período do ano anterior, de R$ 553,1 milhões. O fluxo de caixa mensal é negativo em cerca de R$ 750 milhões.
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Como mostrou o Globo, estimativas internas apontam para um resultado negativo de R$ 10 bilhões este ano e R$ 23 bilhões em 2026, se não houver avanços no plano de reestruturação da empresa.
Os Correios esperam concluir nos próximos dias as negociações do empréstimo. Diante das altas taxas cobradas pelos bancos em uma primeira rodada de conversas, a empresa mudou a estratégia e agora tenta captar o máximo de recursos com juros mais próximos de 120% do CDI, teto geralmente considerado em operações com garantia da União.
No curto prazo, a cúpula da estatal espera ao menos R$ 10 bilhões para reequilibrar as contas e colocar de pé as primeiras medidas do plano de reestruturação.

