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Tribunal de Hong Kong ordena liquidação da imobiliária chinesa Evergrande

Negociação das ações da empresa na Bolsa de Hong Kong foi suspensa

Evergrande Center, em Hong KongEvergrande Center, em Hong Kong - Foto: Bertha Wang/AFP

Um tribunal de Hong Kong ordenou, nesta segunda-feira (29), a liquidação da problemática gigante imobiliária chinesa Evergrande, depois de a empresa não ter apresentado um plano convincente para a sua reestruturação.

“(Considerando) a óbvia falta de progresso por parte da empresa na apresentação de uma proposta de reestruturação viável (...) considero apropriado que o tribunal emita uma ordem de liquidação”, proferiu a juíza Linda Chan, do Tribunal Superior.

Ela lembrou que, numa audiência anterior, em dezembro, o tribunal “deixou muito claro que esperava ver uma proposta viável devidamente formulada”.

As ações da empresa caíram mais de 20% na Bolsa de Hong Kong, após a decisão judicial, e a negociação de seus papéis foi suspensa.

“A negociação de ações do (...) Evergrande Property Services Group foi interrompida às 10h19 (hora local) de hoje”, informou a bolsa de valores. Também suspendeu a comercialização da subsidiária de veículos elétricos do grupo.

A Evergrande, que era a maior empresa imobiliária da China, reportou dívidas superiores a US$ 300 bilhões, e os seus problemas tornaram-se um símbolo da crise imobiliária que o país atravessa há anos.
 

Um credor entrou com o pedido de liquidação da Evergrande no ano passado, mas o caso se arrastou enquanto os dois lados tentavam negociar um acordo.

Após a sessão judicial, um advogado que representa os credores da Evergrande disse aos repórteres que a empresa “é a única responsável pela liquidação”.

O setor de construção e imobiliário da China já foi responsável por um quarto do PIB do país.

No entanto, o Presidente Xi Jinping considerou o nível de endividamento da Evergrande e de outras empresas um risco inaceitável para o bem-estar econômico do país.

Desde 2020, as autoridades limitaram o acesso das empresas imobiliárias a crédito, provocando uma onda de descumprimentos.

No fim de junho, a Evergrande estimou as suas dívidas em US$ 328 bilhões.

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