Trump diz, em rede social, que prazo de 1º de agosto para as tarifas não será prorrogado
Presidente dos EUA posta que não vai adiar a data. Brasil pode ser tarifado com 50%
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou na sua rede social, na manhã desta quarta-feira um post no qual afirma que o prazo de 1º de agosto para que os parceiros comerciais do país — entre eles o Brasil — negociem as tarifas com os EUA não será prorrogado.
"O prazo de 1º de agosto é o prazo de 1º de agosto — ele continua firme e não será prorrogado. Um grande dia para a América!!!" escreveu Trump em letras maiúsculas na Truth Social.
O Brasil é o país com possível maior tarifa a ser aplicada — 50% — porque, segundo Trump, o Supremo Tribunal Federal (STF) estaria fazendo uma "caça às bruxas" ao julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Na carta que enviou ao Brasil, Trump exige o fim do julgamento. O governo brasileiro tem reiterado que o Judiciário no Brasil é um poder independente.
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Em 2 de abril deste ano, Trump anunciou o que chamou de "tarifas recíprocas" a todos os países do mundo. E disse que abriria negociações com esses países, exigindo abertura de mercado e investimentos nos EUA. Na ocasião, a tarifa anunciada era proporcional ao déficit comercial que os EUA têm com cada país.
Os EUA têm superávit com o Brasil — ou seja, exporta mais para o mercado brasileiro do que compra de produtos brasileiros. Por isso, o Brasil, inicialmente, foi ameaçado com uma taxa de 10%.
Vários países fizeram rodadas de negociação com os EUA, entre eles Japão e União Europeia, e conseguiram reduzir a "tarifa recíproca" incialmente anunciada. Outros, por sua vez, foram alvos de novas ameaças de Trump, que elevou a tarifa prometida. Entre eles, Brasil, México e Canadá. A África do Sul também, sob alegações de Trump de que o país faria uma perseguição à sua população branca.Veja no infográfico abaixo as principais mudanças tarifárias que os EUA devem aplicar aos seus parceiros comerciais.
Brasil
Em 9 de julho, Trump anunciou uma tarifa adicional de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos EUA, imposta de forma unilateral. O governo americano também iniciou uma investigação formal contra o Brasil por práticas comerciais consideradas desleais, com base na Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA.
O presidente afirmou ainda que qualquer retaliação do Brasil resultará em novas tarifas, proporcionais à taxa de 50%. A decisão foi comunicada por meio de uma carta publicada na rede Truth Social, na qual Trump criticou duramente o governo brasileiro pelo tratamento ao ex-presidente Jair Bolsonaro, seu aliado político. E também citou o que seria um tratamento injusto dedicado às grandes empresas de tecnologia dos EUA.

