Pesquisa: um trabalho que valoriza a estratégia das empresas
Estudo do Ipespe em parceria com a Folha de Pernambuco é um trabalho consolidado que analisa o mercado pernambucano, premia as empresas que mais se destacaram e permite à sociedade entender os movimentos no setor
Conquistar o coração dos consumidores não é uma tarefa fácil e exige comprometimento e esforço por parte das empresas. Para além de apenas uma compra, as marcas precisam investir na experiência completa do cliente, com um atendimento personalizado e humanizado.
E para saber quais marcas estão na preferência da população recifense, o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), em parceria com a Folha de Pernambuco, apresenta o resultado da 22ª edição do Marcas Que Eu Gosto, um estudo consolidado que analisa o mercado pernambucano.
Além de levantar informações sobre a posição das marcas no estado, o Marcas Que Eu Gosto premia as empresas que mais se destacaram. Segundo a diretora-executiva do Ipespe, Marcela Montenegro, o estudo serve ainda para que a sociedade entenda os movimentos do mercado.
“Ao longo desses 22 anos, muitas coisas aconteceram, como crises econômicas, impeachment de presidente, governadores e prefeitos eleitos e reeleitos e diferentes rumos da economia. Vários aspectos da agenda nacional, estadual e local que afetam os hábitos de consumo e o poder de compra do recifense”, destaca Marcela.
Levantamento
A pesquisa, realizada em fevereiro de 2025, contou com 600 entrevistados do Recife de todas as classes socioeconômicas e com idades a partir de 16 anos. Este ano, o estudo traz o levantamento de 50 categorias, incluindo diversos setores econômicos.
Dentre as categorias, 47 são de marcas e três são especiais, que incluem Entidades Filantrópicas, Marca Que Representa o Estado de Pernambuco e Marca Que Faz a Diferença.
“É uma pesquisa quantitativa com a aplicação de um questionário pelo pesquisador. Depois desse questionário ser respondido, ele é processado eletronicamente. Existe um programa que gera o relatório com os dados estatísticos, para que possamos também cruzar as informações”, afirma a diretora.
O Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), em parceria com a Folha de Pernambuco, apresenta o resultado da 22ª edição do Marcas Que Eu Gosto. Foto: Ricardo Fernandes/Folha de PernambucoDe acordo com Marcela, o trabalho ajuda a valorizar todas as estratégias utilizadas pelas marcas para conquistar os consumidores ao longo dos anos.
“Temos, por exemplo, uma marca de uma categoria que nas 22 edições foi vencedora. Então, isso tem uma representatividade muito importante. Além da gente fazer a análise dos dados no momento, a análise conjuntural, também temos esse olhar longitudinal, com a evolução nos diversos setores, trazendo também categorias novas e substituindo algumas que deixaram de fazer sentido”, evidencia Marcela.
No âmbito geral, disse, a grande maioria das marcas se manteve em primeiro lugar ao longo dos anos no ranking do Marcas Que Eu Gosto.
“Isso é uma informação importante para mostrar a consolidação de marcas e, sobretudo, porque muitas delas são regionais e até locais. Então isso também é muito importante do ponto de vista da análise do mercado”, sinaliza.
Experiência
Segundo Marcela, a compra não é apenas uma decisão racional, e os consumidores também escolhem as marcas a partir do elemento emocional.
“Você tem no Marcas Que Eu Gosto alguns elementos aspiracionais. Eu posso até nem comprar aquela marca, mas é a que eu gostaria de ter, é a que eu mais gosto, é a que eu consigo avaliar como melhor se eu pudesse, por exemplo, adquirir aquela marca”, diz Marcela.
Ela reitera que o preço continua sendo um fator importante na hora da compra, porém, a experiência é um diferencial para as empresas.
“O preço continua contando muito, sobretudo no período em que vivemos, de inflação alta, perda de poder de compra e alta de preços de alguns produtos. Óbvio que a questão do preço e do custo-benefício conta, mas essa questão da experiência é muito valiosa nessa dimensão mais emocional, de você criar uma conexão com a marca”, salienta.
Ainda de acordo com a diretora, o Ipespe possui um laboratório de neurociência aplicada, com estudos ligados à comunicação, ao varejo e ao consumo.
“Hoje as lojas de varejo, por exemplo, investem muito - sobretudo as lojas físicas -, em experiências para que as pessoas se sintam bem, acolhidas, estimuladas, e motivadas nos pontos de venda”, afirma.

