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Copa do Mundo: trio das Américas pode garantir vaga hoje e ampliar número de seleções "surpresas"

Suriname, Curaçau e Haiti tentam se juntar nesta noite à lista de nações que estarão no Mundial ampliado do próximo ano

Bolas da Copa do Mundo de 2026Bolas da Copa do Mundo de 2026 - Foto: Divulgação / Adidas / Arquivo Folha de Pernambuco

A expandida Copa do Mundo de 2026, com 48 seleções, será palco para diversas novas histórias das que fascinam o torcedor ao redor do planeta — muitas já confirmadas, como o estreante Cabo Verde. Hoje, mais algumas podem se concretizar, com países das Américas que querem aproveitar os lugares deixados por Estados Unidos, México e Canadá, automaticamente classificados na Concacaf por serem os anfitriões.

Suriname, Curaçao e Haiti chegam à última rodada das Eliminatórias (os jogos acontecem às 22h, de Brasília) em condições de se classificar diretamente. São três grupos finais, cujos líderes irão à Copa, e os dois melhores segundos colocados, à repescagem mundial.

O Suriname lidera o grupo A, com nove pontos, levando a melhor sobre o Panamá no saldo de gols (5 a 2). Hoje, visita a eliminada Guatemala. Já Curaçao está na ponta do grupo B, com 11 pontos, um a mais que a Jamaica. Na noite de hoje, os dois fazem confronto direto na casa da segunda colocada. Por sua vez, o Haiti é vice-líder no grupo C, com oito pontos, atrás de Honduras no saldo (3 a 1). O último desafio é fora de casa, justo contra este adversário.

O feito está mais próximo para os dois primeiros, que não dividem entre si apenas o fato de poderem estrear em Copas. Ex-colônias da Holanda, utilizadas durante séculos para o tráfico de escravos e a plantação de açúcar, Suriname e Curaçao formaram a atual geração de jogadores praticando o fluxo migratório historicamente inverso: atraindo jogadores europeus com raízes neles.

O normal até então eram nomes lendários como Clarence Seedorf e Edgar Davids, nascidos no Suriname, irem fazer sucesso na Europa. Na geração atual, porém, filhos e netos dos imigrantes são recrutados no Velho Continente.

O Suriname, independente desde 1975 — e geograficamente localizado na América do Sul — tem como artilheiro o atacante holandês Richonell Margaret, atualmente no Go Ahead Eagles. Já em Curaçao, ilha que ainda pertence ao Reino dos Países Baixos, esta figura é o atacante Gervane Kastaneer, do Persis Solo, da Indonésia — outra ex-colônia holandesa.

Ilha em conflito
A classificação da Jamaica seria um feito, mas nem se compara ao de seu vizinho. Desde o início desta década, o Haiti é assolado por uma guerra de gangues que deixou o país sem rumo e sob violência constante. A seleção sequer pode jogar no estádio da capital, Porto Príncipe, e toda a campanha precisou ser feita fora do país. Se conseguir a classificação, será a primeira vez desde a edição de 1974.

Assim como Suriname e Curaçao, vários protagonistas da equipe haitiana vieram de outros países, como o zagueiro Hannes Delcroix, nascido na Bélgica e atualmente no Burnley, da Inglaterra, e o atacante Duckens Nazon, originário da França e hoje no Esteghlal, do Irã.

Essas histórias podem se somar às de Cabo Verde, Uzbequistão e Jordânia — todas farão participações inéditas na próxima Copa do Mundo. O país lusófono se destaca por si só: o conjunto de dez ilhas vulcânicas no Atlântico será a menor nação da História do torneio — mas ainda pode ser superado por Curaçao.

Repescagens em março
Até mesmo na Europa, a Noruega, do artilheiro Erling Haaland, conseguiu quebrar um longo jejum e se classificou no último domingo para disputar a primeira Copa desde 1998.

A tendência é que mais algumas destas histórias se confirmem em março de 2026, nas repescagens. Na Europa, equipes tradicionais como Itália, Polônia e República Tcheca disputarão quatro vagas com “novidades” como Kosovo, Albânia e Irlanda. Já o torneio mundial definirá os últimos dois lugares. Bolívia, Nova Caledônia e República Democrática do Congo estão na briga.

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