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Atletismo

Mundial de Atletismo: Alison dos Santos busca vaga na final dos 400m com barreiras e mais um pódio

Campeão mundial em Eugene-2022, Piu chega a Tóquio com terceiro melhor tempo do ano; torneio já contou com recorde de Duplantis e chegada mais justa da história da maratona

Alison dos Santos participa da prova dos 400m no Campeonato Mundial de AtletismoAlison dos Santos participa da prova dos 400m no Campeonato Mundial de Atletismo - Foto: Jewel Samad/AFP

O campeão mundial e medalhista olímpico Alison dos Santos, o Piu, corre a semifinal dos 400m com barreiras, do Campeonato Mundial, nesta quarta-feira, a partir das 9h30 (horário de Brasília), no Estádio Olímpico de Tóquio, no Japão.

Francisco Viana e Matheus Lima são os outros brasileiros que também estarão nesta etapa. A final será disputada na sexta-feira, às 9h15 (de Brasília).

Piu é esperança de medalha para o Brasil, assim como o marchador Caio Bonfim, que conquistou aa prata nos 35 km da marcha atlética no primeiro dia de competições — ele disputará ainda os 20km no último dia do torneio, sendo um dos favoritos, uma vez que é dono de duas medalhas de bronze em Mundiais (Londres-2017 e Budapeste-2023) e uma prata olímpica (Paris-2024) nesta prova.

Piu estreou na competição na manhã de segunda-feira, pelo horário de Brasília, e foi o segundo melhor em sua bateria, com 48seg48, atrás do catari Bassem Hemeida, com 48seg43. No geral, obteve o 12º tempo.

Sobre a sua corrida tranquila, disse que "estava aproveitando o estádio, o público que não teve nos Jogos Olímpicos". O brasileiro conquistou a primeira medalha de bronze olímpica neste estádio, em Tóquio, em plena pandemia da Covid-19. A prova, a mais rápida da história, não teve público.

Na semifinal do Mundial, Alison estará lado a lado com o americano Rai Benjamin, atual campeão olímpico (Paris-2024) e prata em Tóquio-2020. Eles correrão na terceira bateria — na primeira bateria estará Francisco Viana, que obteve 48seg69 nas classificatórias. 

Treinado por Felipe de Siqueira, Alison mora em Clermont, Flórida, Estados Unidos, onde fez toda a sua preparação para o Mundial. 

Campeão mundial em Eugene-2022, ele chegou ao Mundial de Tóquio com o terceiro melhor tempo do ano (46seg65), conquistado na etapa de Eugene da Diamond League, em 5 de julho, sua última prova antes do Mundial. Nesta prova, Alison foi ouro derrotando Benjamin.

Durante o ano, Alison competiu com pelo menos um de seus dois principais rivais em três oportunidades. Além de Eugene, fez os 300m com barreiras (distância não-olímpica) em Oslo, em junho – Karsten Warholm venceu e Alison foi o terceiro.

Três dias depois, eles se reencontraram em Estocolmo para os 400m com barreiras e Benjamin foi o mais rápido, com o brasileiro em segundo.

Warholm foi campeão mundial em 2017, 2019 e 2023, é o atual recordista mundial e campeão olímpico de Tóquio-2020.

Além das etapas da Diamond League, Alison também participou de provas do Grand Slam Track, nesta temporada, correndo os 400 metros e mais duas novas distâncias nas barreiras: 200 m e 300 metros.

— A preparação me deu ânimo e vou entregar o máximo possível na semi e na final também — disse Piu, que também tem como motivação baixar a sua melhor marca pessoal, 46seg29, registrada em 2022. — Gostaria muito de ser o primeiro colocado, de ser campeão novamente. Foi ótimo ser campeão mundial, e quero sentir isso de novo.

Os tempos impressionantes dos últimos anos desta prova deixam o público em alerta. Como Piu gosta de dizer, se "piscar, perdeu":

— Acredito de verdade que vamos quebrar o recorde de novo, porque ainda estamos evoluindo, melhorando. Vamos correr mais rápido em breve — fala Alison.

Antes de Alison, o Brasil terá Matheus Lima, de 22 anos, na segunda bateria das semifinais. Ele, que disputa o seu primeiro Mundial adulto, venceu sua série eliminatória com 48seg15, à frente do norueguês Warholm, que ficou em terceiro, com 48seg56.

Matheus fez o terceiro tempo geral, ao lado do americano Benjamin, com 48seg15. Abderrahman Samba, do Catar, fez o melhor tempo das eliminatórias, com 48seg03.

— Fiz uma corrida conservadora, inteligente, não me desgastei. Mas queria chegar na frente para pegar uma boa raia na semifinal — avaliou o cearense, que foi semifinalista desta prova nos Jogos de Paris-2024. — Estou inteiro. Agora, na semifinal, muda a estratégia, vamos ser agressivos, mas conscientes.

Os dois primeiros de cada bateria, mais os dois tempos mais rápidos se classificarão para a final

O Mundial de Tóquio tem protagonizado momentos emblemáticos para a modalidade. Entre os destaques, está Armand Duplantis, do salto com vara, que conquistou o terceiro ouro consecutivo em Campeonatos Mundiais (também venceu em Budapeste-2023 e Oregon-2022).

Já com o ouro garantido, 'Mondo' estabeleceu novo recorde mundial, saltando 6,30m. Esta é a 14.ª vez que ele bate o recorde mundial da prova, sendo quatro delas em 2025. O bicampeão olímpico saltou 6m27 em fevereiro, 6m28 em junho, 6m29 em agosto, e agora 6m30 em setembro.

Decisão mais apertada da história da maratona
As finais da maratona são capítulo à parte. Alphonce Felix Simbu conquistou o ouro na primeira chegada com "photo finish" para determinar o vencedor da maratona em um Mundial. Simbu superou o alemão Amanal Petros na linha de chegada, dentro do Estádio Nacional de Tóquio, dando à Tanzânia seu primeiro título mundial.

Esta decisão foi mais apertada do que a disputa dos 100m masculino, cuja diferença foi de 0,05 segundo entre os medalhistas de ouro e prata. Petros, vendo que o rival se aproximava, se jogou no chão na tentativa de passar a linha.

Na maratona feminina, também houve disputa acirrada nos metros finais, já dentro do estádio. A queniana Peres Jepchirchir confirmou o favoritismo e venceu com 2h24min43s, apenas dois segundos à frente da etíope Tigst Assefa (2h24min45s). A uruguaia Julia Patternain emocionou-se ao garantir o terceiro lugar com 2h27min23s, conquistando um pódio marcante.

É que este resultado marca o primeiro pódio da história da América do Sul na prova (entre as mulheres) e a primeira medalha do Uruguai em mundiais.

Nascida no México, Julia é filha de pais uruguaios. Ela se mudou ainda criança para a Inglaterra, tendo inclusive representado a Grã-Bretanha no Europeu Sub-23 de Atletismo de 2019. Depois, vivendo nos Estados Unidos, representou as Universidades do Arkansas e de Penn State em torneios universitários.

Só a partir de janeiro deste ano, que Paternain resolveu representar o Uruguai. E já em março, havia quebrado o recorde nacional da maratona (2h27min09).

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