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Por dentro e por fora: Geraldão começa a mostrar nova cara

Reforma do espaço, que se arrasta desde 2013, entra na reta final, enfim, mas reabertura deve acontecer somente em março

Todo o equipamento esportivo foi equipado com cadeiras, antes presentes apenas no térreoTodo o equipamento esportivo foi equipado com cadeiras, antes presentes apenas no térreo - Foto: Anderson Stevens/Folha de Pernambuco

Quem olha de fora o Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães, localizado na movimentada avenida Mascarenhas de Morais, ainda enxerga um gigante canteiro de obras. Não deixa de ser. Mas, por dentro, ele já começa a mostrar sua nova cara. Inaugurado em 1970, o Geraldão sofreu com os efeitos do tempo e da manutenção por tantos anos precária. Na última vez em que abriu suas portas, em maio de 2012, quando a seleção brasileira de futsal venceu a Costa Rica por 5x0 em um amistoso internacional, ficou evidente a necessidade de uma grande intervenção. Piso trincado, cadeiras quebradas e anel superior interditado eram alguns dos problemas.

O edital de licitação foi lançado no primeiro trimestre de 2013 e a obra começou poucos meses depois, com orçamento na casa dos R$ 34 milhões e promessa de término em 2015. Três anos e muitas notificações, polêmicas e ajustes técnicos e orçamentários depois, o custo saltou para R$ 43 milhões (R$ 20 milhões do Governo Federal e R$ 23 milhões de contrapartida do município) e o ginásio ainda não foi entregue.

A nova previsão de encerramento das obras é fevereiro e abertura em março, segundo o Gabinete de Projetos Especiais da Prefeitura do Recife, responsável pelo trabalho. Após a finalização da obra, a administração será da Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer, que já fez visitas ao ginásio para checar o mobiliário e os equipamentos que serão necessários - esses serão adquiridos posteriormente em outro processo licitatório.

"Já foi solicitado um panorama geral das intenções de uso do Geraldão. O prefeito quer vida no ginásio, então vamos trabalhar isso", disse a secretária executiva de Esportes do Recife, Yane Marques, revelando a intenção de criar um laboratório de ciência aplicada ao esporte. "O Geraldão tem tudo para voltar a ser uma referência, é bem localizado no Nordeste, por isso tem de ter a questão da ciência. A gente sabe que a instalação ideal é muito onerosa, mas dá para ter algo funcional e dentro da realidade". Yane sinalizou ainda uma possibilidade de o programa Recife Esportes de Rendimento ganhar um núcleo no ginásio (por enquanto, o programa atende vôlei de praia e atletismo).

Com a modernização, o Geraldão teve a capacidade reduzida de 15 mil para aproximadamente 10 mil espectadores. A grande diferença é que antes só havia cadeiras no pavimento térreo e, agora, todo o ginásio foi equipado com cadeiras dobráveis. São cerca de 8.500 assentos para o público, além de camarotes e tribunas de honra e imprensa. Em casos de shows, a capacidade pode aumentar pela utilização da área da quadra.

A obra está na reta final, com a recuperação estrutural concluída e a etapa de alvenaria em fase de acabamentos, bem como a construção das rampas de acessibilidade. No telhado, que tem três camadas de revestimento, restam detalhes. Já os sistemas de climatização e de esgoto, que sofreram alteração no projeto original, ainda estão sendo iniciados. Também foram alterados o placar, que inicialmente seria central, com quatro fases, mas a ideia foi abolida pelo alto custo, devendo ser utilizados os modelos tradicionais (tipo placa); e o estacionamento, que ganharia um edifício garagem, mas oneraria demais a obra.

A quadra sofreu alterações de dimensão para atender às exigências de recuos para grandes eventos internacionais. A estrutura dela está pronta, mas o piso será a última etapa de toda a obra, devido à fragilidade do material, feito em manta vinílica, com espessura apropriada para absorção de impacto. Também nas intervenções finais será feita a pavimentação da área externa, a ser usada como estacionamento.

Outros setores
Dentro do orçamento de reforma e modernização do Geraldão, está inserido o parque aquático, que foi a primeira parte do projeto a ser entregue. O espaço ganhou novos vestiários e uma piscina semiolímpica, de 25 metros. A antiga piscina foi recuperada, com acessibilidade. Já as quadras externas, usadas em aulas de projetos sociais da Prefeitura do Recife, não estão inseridas na obra, embora mostrem necessidade de reparos.

 

 

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Novo Geraldão

Pavimento térreo:
4 banheiros públicos
6 acessos à quadra
4 bares
1 departamento médico
1 sala para exames antidoping
1 sala para árbitros
1 sala para apoio administrativo
1 sala de estar e lazer para atletas
4 alojamentos femininos com 2 banheiros
4 alojamentos masculinos com 2 banheiros
4 vestiários

Primeiro pavimento:
4 banheiros públicos
6 acessos à quadra (4 escadarias e duas rampas de acesso)
8 bares
1 restaurante
8 camarotes climatizados com banheiro e balcão com capacidade para 40 pessoas cada
1 tribuna de honra com elevador de acessibilidade
1 tribuna de imprensa

Segundo pavimento:
8 acessos por escadarias

Área externa:
1 bilheteria
2 acessos para o público
1 acesso de apoio para operações
área de estacionamento

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