Sex, 05 de Dezembro

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STF

Moraes autoriza defesa de Heleno a apresentar vídeos e slides em julgamento da trama golpista

Material deve ser enviado à secretaria da Primeira Turma nesta segunda-feira. Militar é réu por tentativa de golpe de Estado

Milanez e o general Augusto Heleno no segundo dia de interrogatórios no STF Milanez e o general Augusto Heleno no segundo dia de interrogatórios no STF  - Foto: Ton Molina/STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou que a defesa do general Augusto Heleno, réu por tentativa de golpe de Estado, disponibilize material audiovisual, com apresentação de slides, durante a sustentação oral no julgamento da trama golpista, que começa nesta terça-feira.

O pedido foi feito pela defesa do militar no último sábado, e autorizado por Moraes no domingo. O ministro determinou que o material a ser apresentado seja enviado à secretaria da Primeira Turma até as 15 horas desta segunda-feira "para verificação da adequação técnica".

Heleno era o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e, durante o governo Bolsonaro, estava no topo da hierarquia do sistema de inteligência. À época, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) funcionava sob o guarda-chuva do seu ministério. Ele foi figura próxima de Bolsonaro ao longo de todo o governo.

As investigações da Polícia Federal encontraram anotações em uma agenda em que Heleno trata de um eventual golpe de Estado. Seu nome também aparece como possível integrante de um gabinete de crise após a decretação de um Estado de Sítio.

 

“As anotações e falas públicas de Augusto Heleno, ao longo do governo Bolsonaro, não deixam dúvidas de sua inclinação a ideias que desafiam a harmonia institucional e promovem o acirramento entre os Poderes. Mais do que simples abstrações, comprovou-se que Augusto Heleno efetivamente direcionou o aparato estatal em torno de suas concepções antidemocráticas”, ressaltou a Procuradoria-Geral da República (PGR) na denúncia.

A defesa de Heleno, por sua vez, afirmou que não há qualquer prova de que ele tenha participado, incentivado ou apoiado ações voltadas à ruptura institucional e que o militar se distanciou de Bolsonaro a partir do segundo ano de governo, com a aproximação do Executivo aos partidos do chamado “Centrão”.

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