Sáb, 20 de Dezembro

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DIREITOS HUMANOS

"As crianças não têm direitos básicos", diz diretor da Save the Children no Brasil

Organização internacional de direitos da criança terá como foco ampliar a liderança de organizações locais destinadas à proteção da infância

A organização Save the ChildrenA organização Save the Children - Foto: Divulgação

A organização internacional Save the Children, focada nos direitos das crianças e adolescentes, oficializa na quarta-feira (28), na Casa da Glória, a inauguração do primeiro escritório no Brasil, que funcionará em São Paulo. Há três décadas, a instituição atua a distância no país, apoiando parceiros que priorizam questões consideradas críticas à proteção da infância, como saúde, educação, fome, pobreza e lazer. Atualmente, a ONG atua com a Rede Não Bata, Eduque, do Rio de Janeiro, e o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará (Cedeca Ceará).

O diretor nacional da Save the Children no Brasil, Alessandro Tuzza, explica que o objetivo da sede brasileira é catalisar e integrar agentes civis locais, já conhecidos pelos trabalhos voltados à proteção das crianças e dos adolescentes. A ação inicial a ser desenvolvida no país será a de emancipar e contribuir na liderança das organizações que já são parceiras.

"Nossa presença física acontece agora, mas o apoio a parceiros brasileiros acontece há quase 30 anos. As demandas apresentadas por eles são sempre ligadas aos direitos básicos. As crianças e adolescentes não têm acesso à saúde de qualidade, nem à educação, além de serem vítimas constantes de diferentes tipos de violência. Nossa ideia é dar cada vez mais apoio aos parceiros, deixá-los como uma espécie de liderança, tendo suporte necessário para fazer o melhor trabalho possível" diz Tuzza.

Um dos focos da organização será a ampliação das vozes das crianças, que serão questionadas sobre o que pensam sobre as condições em que vivem. Parte do incentivo será voltado a programas de liderança na infância, para que elas tenham chance de ser tornarem agentes transformadores. Outro eixo também a ser trabalhado pela Save the Children, e que tem impacto na vivência desse grupo vulnerável, é a crise climática.

"Não é um assunto restrito ao Brasil, mas sim uma prioridade global. As crianças e adolescentes são impactadas pelas mudanças climáticas, vistas, por exemplo, na elevação da temperatura, nas chuvas que deixam desabrigados. Os vulneráveis são os mais afetados por isso" conclui Tuzza.

A Save the Children
A organização, fundada no início do século XX, atua em mais de 120 países. Como bandeira, luta para colocar os direitos infantis no topo das agendas nacionais. No Brasil, pretende melhorar as vidas impactadas pela violência e pela pobreza, já que o país é o quinto do mundo e o sétimo mais populoso, onde quase metade das crianças se encontram em situação de vulnerabilidade.

A sessão de lançamento, na quarta, reúne Alessandro Tuzza, e autoridades do governo federal, como Roberta Eugênio (Secretária Executiva do Ministério da Igualdade Racial) e Cláudio Augusto Vieira da Silva (Secretário Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente). A programação conta com o anúncio do novo escritório no Brasil, reforçando a importância de ampliar a presença da organização em uma abordagem liderada localmente pelos espaços já apoiados, além de um diálogo sobre direito das crianças no Brasil com os representantes e governo com a assinatura de um compromisso simbólico.

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