Sáb, 06 de Dezembro

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Saúde

Brasil terá 1º centro de RNA mensageiro (mRNA) para desenvolver vacinas e medicamentos inovador

Anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e pela ministra de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Luciana Santos, durante evento organizado pela OPAS

A tecnologia utiliza RNA sintético para estimular o organismo a produzir uma proteína do vírus, incentivando a resposta imunológicaA tecnologia utiliza RNA sintético para estimular o organismo a produzir uma proteína do vírus, incentivando a resposta imunológica - Foto: Pexels

Brasil terá o primeiro centro de Competência em tecnologias de RNA do país com foco em desenvolver as mais avançadas e seguras tecnologias para vacinas e terapias do mundo.

O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e pela ministra de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Luciana Santos, durante o evento Saúde Estratégica Brasil - Américas, organizado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

"Vamos gerar emprego e tecnologia para a saúde e, o mais importante, melhorar a qualidade de vida da população brasileira. É fundamental reunir pessoas que se dedicam diariamente a fazer o Brasil avançar no campo da inovação tecnológica e da pesquisa. Que aceitam o desafio de investir em um setor altamente inovador e, ao mesmo tempo, capaz de impulsionar economias no mundo inteiro. A saúde é um setor estratégico para qualquer nação que deseja ser rica e desenvolvida", afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante o evento.

O governo Federal ainda informou que foram investidos cerca de 450 milhões de reais em diversas iniciativas para garantir a soberania do país em produção de vacinas e insumos para o SUS.

Os pesquisadores esperam que o Centro de Competências em tecnologias de RNA vai acelerar a produção nacional de vacinas e terapias inovadoras.

Usada pela primeira vez durante a pandemia da Covid-19, a tecnologia utiliza RNA sintético para estimular o organismo a produzir uma proteína do vírus, incentivando a resposta imunológica. O Centro vai ainda estabelecer parcerias com startups, universidades, empresas e ICTs nacionais e internacionais.

Entre os seus objetivos, estão o desenvolvimento de vacinas prioritárias para as Américas, a oferta de suporte técnico e a capacitação a outras instituições de pesquisa e desenvolvimento na Região.

“Ter maior capacidade de produzir nas Américas sem dúvida nenhuma é um elemento fundamental para que as pessoas possam ter mais acesso a medicamentos, vacinas e tecnologias de saúde e, com isso, a saúde avance na região inteira”, afirmou o diretor da OPAS, Jarbas Barbosa.

Executado pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), o projeto integra as ações da Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Ceis). As ICTs têm até o dia 26 de agosto para submeter propostas e as dúvidas de como se candidatar serão elucidadas em webinar no 30 de julho, às 15h, no YouTube da Embrapii.

Outros investimentos
Para fortalecer a inovação no SUS, Alexandre Padilha também anunciou R$ 30 milhões para a criação de seis novas Unidades Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) em áreas estratégicas como biofármacos, dispositivos médicos e saúde digital. Essas Unidades vão atuar no desenvolvimento de soluções tecnológicas em parceria com empresas e ICTS, a fim de atenderem demandas prioritárias do SUS.

As ICTs têm até o dia 15 de agosto para apresentar propostas. No dia 29 de julho, às 15h, está previsto o webinar no YouTube da Embrapii para tirar as dúvidas de como se candidatar.

Doenças negligenciadas e insumos estratégicos
Também foram anunciados R$ 60 milhões para Projetos de Alto Impacto voltados ao desenvolvimento de dispositivos médicos, diagnósticos avançados e fabricação nacional de fármacos e farmoquímicos.

O objetivo é estimular que empresas e Unidades Embrapii desenvolvam tratamentos para doenças negligenciadas e insumos estratégicos, como anticorpos monoclonais, e soluções digitais para diagnóstico em locais remotos e sem infraestrutura.

Cada projeto deve ter a participação de, pelo menos, duas Unidades Embrapii e uma empresa, com a possibilidade de parceria com mais empresas, startups e outras ICTs. A chamada está aberta até que se esgotem os recursos e está previsto um webinar para tirar as dúvidas das empresas no dia 31 de julho, às 15h, no YouTube da Embrapii.

O governo também anunciou uma consulta pública para regulamentar o uso de debêntures incentivadas na saúde com o objetivo de permitir que obras, aquisições e ampliações de infraestrutura no SUS possam captar recursos do setor privado, com incentivos fiscais para os investidores. A consulta está aberta até 10 de agosto de 2025.

Outra chamada pública foi aberta pela MCTI e a Finep para fomentar projetos de inovação no setor da saúde. Os recursos serão destinados a empresas que atuem no desenvolvimento de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) inovadores, plataformas tecnológicas de Terapias Avançadas, produtos biológicos de alto impacto para o SUS, além de equipamentos e dispositivos médicos inovadores.

"Fortalecer o Complexo da Saúde exige pesquisadores qualificados, políticas de incentivo à inovação, apoio a empresas de base tecnológica, estímulo às exportações e acesso a financiamento e infraestrutura. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação tem atuado com protagonismo, por meio de crédito, subvenções e recursos para ICTs. Isso só foi possível com a recomposição do FNDCT e a redução dos juros para projetos de inovação", disse a ministra do MCTI, Luciana Santos.

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