Brasileiro relata bombardeio a 100 metros de onde estava em Teerã
Treinador da seleção brasileira de praia de handebol conseguiu chegar à Armênia
Treinador da seleção brasileira de praia de handebol, Antonio Hermínio Guerra Peixe, de 69 anos, passou maus momentos em Teerã desde que Israel iniciou sua ofensiva contra o Irã.
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Na madrugada do último dia 13, uma sexta-feira, o voo que o levaria junto com os atletas da equipe masculina com idade abaixo de 17 anos para um campeonato mundial na Tunísia foi cancelado. O país era atacado e ninguém mais poderia embarcar.
Já em segurança na Armênia, onde chegou neste domingo, ao lado do músico brasileiro Silvio Tavares, Guerra contou ao GLOBO que passou por um pesadelo.
— Fiquei dois dias em uma suíte oferecida pela delegação, mas depois fui para um hotel internacional. Fiz isso porque ninguém atacaria um hotel com estrangeiros. Só que caiu uma bomba a cem metros de onde eu estava. Levei um susto, ao abrir a janela e ver tanta fumaça no local. Disseram que era um quartel de polícia — disse ele.
Com a família preocupada e sem notícias, Antonio tentava sair do Irã, temendo que a situação se agravasse.
— A maior parte dos ataques de Israel eram em cima de unidades militares, refinarias e a emissora de televisão estatal. Mas a bomba poderia ter caído no hotel onde eu estava — completou.
Diante da situação, Guerra pediu abrigo à Embaixada do Brasil em Teerã. Lá, conheceu o músico Silvio Tavares, que havia viajado ao país para estudar farsi, idioma persa,. Eram os únicos que queriam sair de lá. Atualmente, há pouco mesmo de 200 brasileiros no Irã.
— Na embaixada era mais seguro. Vivi uma ansiedade enorme, uma coisa lancinante.
A embaixada brasileira fez contato com a representação do Brasil na Armênia, para que os recebesse quando entrassem no país. Mas as despesas, incluindo hospedagem, alimentação e a contratação de automóveis para chegarem ao destino final foram pagas pela federaçao iraniana de handeball.
Os dois brasileiros saíram de Teerã às 6h40, com destino a Taliz, cidade iraniana, e depois seguiram para a Armênia. De lá, seguirão para a capital Erevan, para serem recebidos por diplomatas da embaixada brasileira. Guerra mora em São Paulo e Tavares em Curitiba (PR).
Aliviada, Camila Massari, filha de Guerra, disse que, além de ver seu pai em segurança, uma de suas preocupações é com o fato de o técnico ter doença cardíaco. Ele só tem remédios até terça-feira, dia 24.

