Caminhada em Boa Viagem chama atenção sobre a adoção
Atividade marca o Dia Nacional da Adoção, nesta quinta-feira (25).
A Praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, recebeu, na manhã deste domingo (21), 7ª Caminhada Pernambucana de Apoio à Adoção. Pais adotivos, pretendentes e componentes de instituições em defesa da causa, saíram da Praça de Boa Viagem com destino à frente do Edifício Acaiaca, na orla do mesmo bairro. Unidos, eles buscavam sensibilizar a sociedade sobre o direito de todas as crianças e adolescentes à convivência em família.
A atividade marca o Dia Nacional da Adoção, nesta quinta-feira (25). A caminhada foi coordenada pela Associação Nacional de Grupos de Apoio à Adoção (Angaad), junto com apoio de outras instituições, como Grupo de Apoio a Adoção Recife, Olinda e Paulista, além do de Belo Jardim, no Agreste do Estado. A caminhada aconteceu em outras cidades do País. Todos como o mesmo objetivo: chamar o tema para a luz da sociedade e mudar o paradigma e anular preconceito quanto à idade, sexo e cor das crianças que as famílias procuram.
Segundo a psicóloga e presidente da Angaad, Susana Schetinni, cerca de 6 mil crianças estão aptas para adoção no Brasil - a maioria com idade maior -, enquanto há 38 mil pretendentes, porém, a maioria desejando crianças menores. Em Pernambuco, de acordo com o que ela ouviu da justiça no Estado, não há mais crianças com menos de 12 anos para adoção. "Pretendemos uma mudança de paradigmas. Quanto mais sensibilizarmos a sociedade, quanto mais flexibilizarmos esses olhares, esses perfis, mais esperança a gente traz para essas crianças que estão esperando", afirmou.
Presentes ao ato, a enfermeira Kátia Lima e o coordenador de planejamento Wellington Silva estavam acompanhados do filho Mateus, de 2 anos, adotado em setembro passado após três anos na fila da adoção. "Nossa casa era vazia, e Mateus preencheu todas as lacunas", afirmou a mãe.
A psicóloga Graça Melo ainda não vive esta alegria, mas a esperança e grande para encontrar sua filha. “Fiz minha inscrição em novembro do ano passado. Desejo uma filha. Antes pensava apenas na faixa de dois a cinco anos. Mas , depois de participar dos grupos de apoio, decidi ampliar para a idade de 12 anos”, explica a servidora pública estadual, que não tem filhos natural, mas conta que sempre desejou adotar um. “Estou esperando meu momento, porque sei que na verdade são eles que nos adotam”, falou emocionada
O casal Thabata Alves, 37 anos, e Lídio Maia, 52, são os pais de Lucas, 8 anos e Lorena , 10 anos. O casal foge um pouco do perfil da maioria que desejam crianças menores. “Nosso perfil era muito amplo. Sem se preocupar com sexo, cor, idade. Poderia até ser irmãos. O que sempre desejamos for ter dois filhos.”, explicou ela. “Lucas chegou primeiro depois de nove meses de espera, parecendo uma gestação. Lorena, veio em seguida. Duas crianças abertas ao amor. Juntas nos estamos nesta construção”, conta Thabata também emocionada.

