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Caos nos voos da Índia: companhias aéreas sofrem 90 ameaças falsas de bomba após crise diplomática

Incidentes causaram desvios das aeronaves, aterrissagens de emergência e escoltas militares

Principais vítimas desses alertas foram grandes companhias aéreas, como Air India, Vistara, SpiceJet e IndiGo Principais vítimas desses alertas foram grandes companhias aéreas, como Air India, Vistara, SpiceJet e IndiGo  - Foto: Reprodução / Redes sociais

Cerca de 90 ameaças falsas de bomba foram feitas contra companhias aéreas da Índia na última semana, que causaram grandes transtornos nas viagens. Segundo o jornal britânico The Guardian, os incidentes causaram desvio de voos, aterrissagens de emergência e escoltas militares.

Essas ameaças falsas acontecem em meio a tensões diplomáticas entre Índia e Canadá, após acusações de assassinatos, expulsão de diplomatas e restrições de viagens entre os países.

Somente no último sábado, 30 falsas ameaças foram registradas, com outras 20 ocorrências no domingo. As principais vítimas desses alertas foram grandes companhias aéreas, como Air India, Vistara, SpiceJet e IndiGo, mas empresas internacionais American Airlines e Air New Zealand também foram alvos.

As ameaças, enviadas por e-mail ou publicadas por meio de contas anônimas no X (antigo Twitter), resultaram no desvio de voos para países terceiros, como Turquia, Alemanha e Canadá, além de forçar aviões a retornarem à Índia. O aumento dessas falsas ameaças criou uma crescente sensação de pânico entre os passageiros aéreos.

As autoridades indianas ainda estão investigando a origem dessas ameaças. Em entrevista a um veículo da índia, um oficial de segurança da aviação descreveu o padrão das ameaças como repetitivo e coordenado. Segundo ele, o objetivo aparente é "perturbar o setor de aviação, criar pânico e manter as agências de segurança em alerta".

Boeing da Air India foi forçado a pousar em cidade canadense
Entre os voos desviados, destaca-se um Boeing 777 da Air India que foi forçado a pousar na remota cidade canadense de Iqaluit, após a ameaça falsa de bomba. Os 200 passageiros a bordo ficaram em terra por três dias antes de finalmente chegarem a Chicago, nos Estados Unidos, a bordo de um avião da força aérea canadense.

Outros casos envolveram voos da Vistara, que retornou à Índia após ser impedido de pousar no Afeganistão, e da SpiceJet, que aterrissou em Mumbai, sendo isolado como precaução.

Crise diplomática entre Índia e Canadá
Esses incidentes ocorrem em um momento delicado nas relações diplomáticas entre Índia e Canadá. Após alegações do primeiro-ministro canadense Justin Trudeau sobre o envolvimento da Índia no assassinato de Hardeep Singh Nijjar, um separatista sikh, as tensões entre os países se intensificaram, com expulsões de diplomatas e restrições de viagens. O voo da Air India para Chicago, desviado para o Canadá, foi um dos sete alvos de ameaças logo após a escalada na crise entre os dois países.

Com o setor aéreo indiano em crescimento, transportando 152 milhões de passageiros em 2023, o impacto financeiro dessas ameaças tem sido significativo. O ministro da aviação civil da Índia, K Ram Mohan Naidu, descreveu o aumento nas ameaças de fraudes como uma “questão de grande preocupação” e disse que os “responsáveis pelas interrupções serão identificados e devidamente processados”.

As autoridades fizeram uma prisão de um menor e introduziram regras de que qualquer um que for encontrado envolvido em uma farsa de bomba será colocado em uma lista de proibição de voos. No entanto, de acordo com o The Guardian, as investigações continuam, pois as ameaças não param.

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